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Vacas leiteiras mestiças podem ser criadas sem produtos químicos

É possível criar vacas leiteiras mestiças (europeu x zebu) sem uso de produtos químicos, somente com um bom manejo alimentar e sanitário e o uso de produtos homeopáticos.  É o que mostra trabalho realizado no setor de bovinocultura leiteira da Estação Experimental do Polo Alta Mogiana/APTA, em Colina (SP), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
O trabalho “Aspectos produtivos e sanitários de vacas mestiças leiteiras tratadas com produtos homeopáticos” é de autoria do pesquisador Ricardo Dias Signoretti (Polo Alta Mogiana/APTA), com a colaboração da pesquisadora Cecília José Veríssimo (IZ-APTA), e a participação de alunos do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (SP).
O estudo acompanhou o desempenho produtivo (produção e qualidade do leite e desempenho dos animais), bem como a infestação de carrapatos, mosca-do-chifre e vermes e a incidência de mastite, em alguns animais do rebanho que recebia medicamentos homeopáticos. O rebanho era bem manejado do ponto de vista nutricional e sanitário, sendo o leite ordenhado conforme as normas de boas práticas de ordenha.
Segundo os autores, não foi necessário aplicar nenhum produto químico durante a lactação das vacas (foram nove meses de observação), seja para controlar os parasitos, seja para o controle da mastite. Os parasitas, em especial o carrapato-do-boi, e a mastite são os principais problemas sanitários dos bovinos de leite. Os produtos químicos usados para o controle dessas doenças (parasiticidas e antibióticos), além de caros, podem causar contaminação do leite e do meio-ambiente. Além disso, os antiparasitários frequentemente intoxicam as pessoas que lidam com esses produtos, ao aplicá-los nos bovinos.
“O uso de homeopatia nos animais vem crescendo nos últimos anos. Essa prática não causa danos ao ambiente, aos animais e nem às pessoas que lidam com os animais, além de não provocar estresse, pois o medicamento é adicionado ao alimento ou no sal mineral”, dizem os pesquisadores. Essa prática, que vem sendo bastante incentivada em sistemas de leite no sul do país, deve intensificar-se, cada vez mais, também na região sudeste e em todo o Brasil, pois a sociedade tem exigido produtos de origem animal de qualidade, sem resíduos de antibióticos ou produtos químicos.
O artigo foi publicado na revista “Arquivos do Instituto Biológico” (v. 77, n.4, p. 625-633, out./dez., 2010), que está disponível para leitura no endereço eletrônico http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/v77_4/signoretti.pdf .
Centro de Comunicação do IZ
Tatiana Kawakami
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