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Preços agrícolas apresentam ligeira queda 0,58% na segunda quadrissemana de agosto

O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, caiu 0,58% na segunda quadrissemana de agosto, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A queda foi puxada pelo índice de preços dos produtos de origem vegetal que recuou 3,33%, já que o índice de preços dos produtos de origem animal subiu 6,81%.
Dos produtos pesquisados, 11 apresentaram queda (10 da área vegetal e 1 da área animal), enquanto 9 produtos sofreram alta de preços (4 origem vegetal e 5 de origem animal). As reduções mais expressivas ocorreram nos preços da batata (36,60%); do algodão (16,25%); do feijão (13,40%); da laranja para indústria (12,23%); e do café (6,32%).
A forte queda nos preços da batata reflete o excesso de oferta deste produto perecível no momento atual, dizem os pesquisadores do IEA Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves. Já o recuo nas cotações internacionais do algodão levou à queda dos preços internos, "fato esse exacerbado pelo câmbio valorizado que eleva a concorrência desleal para a agroindústria têxtil e de vestuário, frente a produtos internacionais tornados baratos, em especial os chineses. Essa concorrência reduz as compras internas de pluma."
No caso do feijão, a entrada da safra de inverno permitiu retração dos preços, revertendo a tendência de alta que vinha sendo experimentada, de acordo com os analistas. "A normalização da oferta abre perspectiva de recuo dos preços dessa proteína vegetal no curto prazo."
Os menores preços da laranja para indústria também decorrem da redução dos preços internacionais de sucos cítricos num movimento exacerbado pela valorização cambial num cenário de safra compatível com a demanda, explicam os técnicos do IEA. "Esse processo acaba impactando também a laranja de mesa, com a redução da compra de frutas para processamento no mercado livre."
Por sua vez, o recuo dos preços do café, no mercado internacional, reflete-se em queda nos preços recebidos pelos cafeicultores, num processo que evidencia a tendência de equilíbrio entre estoques e consumo, cujo rompimento sustentou os movimentos de alta nas safras passadas, assinalam os pesquisadores.
As altas mais significativas foram verificadas nos preços da carne suína (27,96%); da banana nanica (21,91%); da carne de frango (15,88%); da carne bovina (4,39%) e do leite C (2,32%). A forte alta dos preços da carne suína decorre do substancial incremento das exportações do produto no último mês e início do corrente, dizem os pesquisadores do IEA. "A perspectiva, derivada do anuncio do embargo russo produziu a antecipação de compras por aquele país, mas também evoluíram as vendas para Argentina e Hong Kong."
Quanto à banana, o mercado sofre os efeitos da dificuldade de normalização da oferta devido às chuvas que assolaram a principal região produtora paulista, representada pelo Vale do Ribeira, o que forma um cenário de escassez no curtíssimo prazo, observam os analistas.
As cotações internacionais da carne de frango atingiram patamares recordes, superando os preços até então considerados inalcançáveis, ocorridos em 2008, revelam os pesquisadores. "Com isso, os impactos nos preços internos se mostram de elevação substantiva com a tendência de boas exportações."


A íntegra da análise está disponível no site www.iea.sp.gov.br.
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424

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