Pesquisa desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) tem o objetivo de adequar o cultivo de melancia em áreas de renovação de canavial com a adoção de manejo conservacionista do solo, na região do extremo Oeste Paulista.
Em resultados preliminares, o cultivo mínimo de melancia nessas áreas teve produtividade média de 70 toneladas por hectare de frutos comerciais, o que representa 45% mais do que o cultivo em plantio direto e 25% superior ao cultivo convencional. O trabalho é conduzido pelo Polo Regional do Extremo Oeste da APTA, em Andradina, interior paulista, em parceria com o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas.
Os pesquisadores trabalham na avaliação da combinação de diferentes sistemas de preparo do solo, como o plantio convencional, cultivo mínimo e plantio direto sobre a palha de cana.
Os resultados preliminares mostraram que as maiores produtividades foram obtidas com método de preparo de solo de cultivo mínimo, com produtividade média de 70 ton/ha de frutos comerciais, esse resultado é 45% maior que o do plantio direto e 36% maior que o cultivo convencional. “A prática que está se mostrando mais indicada é o cultivo mínimo, que mantém mais de 50% de resíduos na superfície. As principais vantagens são o maior controle de plantas daninhas, o menor custo de horas/máquina, com a redução da necessidade de implementos, e o melhor controle da erosão, aumentando o armazenamento de água no solo”, afirmou o pesquisador da APTA, Humberto Sampaio de Araújo.
O pesquisador explica que no cultivo mínimo faz-se uma subsolagem na linha de plantio, por meio de uma haste rompedora de solo que promove a descompactação e ruptura das camadas no subsolo, sem que haja a movimentação. Isso facilita a penetração das raízes da cultura na linha de plantio.
De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, os produtores rurais de Andradina já estão aderindo às práticas de manejo propostas pela APTA. São 30 hectares de cultivo comercial em áreas de renovação de canavial. “Isso mostra que esse trabalho é aplicado e beneficia a produção sustentável de alimentos. A tecnologia propõe sistemas que aliem a conservação dos recursos ambientais com a produção de alimentos, uma orientação do governador Geraldo Alckmin”, afirmou o secretário.
A região do Oeste Paulista é um dos principais polos produtores de melancia no Estado e o cultivo da fruta é realizado, prioritariamente, em áreas de pastagens arrendadas, cada vez mais escassas devido à expansão canavieira. A região é composta por médios produtores tecnificados, que vendem sua produção em locais próximos. “Nesse contexto, é primordial a apresentação de propostas inovadoras que viabilizem a utilização racional da terra, tanto para geração de produtos agroenergéticos, como para a produção de alimentos que garantam geração de renda e manutenção da segurança alimentar”, finalizou Araújo.
Por Fernanda Domiciano
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Assessoria de Imprensa – APTA
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo