O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, encerrou janeiro em alta de 0,54%, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O índice de preços dos produtos de origem vegetal subiu acima da média (3,84%), enquanto o índice de preços dos produtos de origem animal apresentou for queda (8,28%). No acumulado de 12 meses, o índice geral aumentou 13,43%, devido à alta de 18,68% do índice de produtos vegetais, uma vez que o índice de produtos animais caiu 1,86%.
Entre os produtos analisados em janeiro, oito (todos de origem vegetal) apresentaram alta nos preços, enquanto 12 produtos sofreram redução (seis do setor vegetal e todos os do segmento animal). As altas mais expressivas ocorreram nos preços da batata (91,10%); do feijão (35,05%); do tomate para mesa (24,12%) e da laranja para indústria (5,55%).
O aumento vertiginoso no preço da batata deve-se ao final da safra atual e à perspectiva de escassez conjuntural acirrada, em virtude das dificuldades de colheita e transporte para o mercado, ocasionadas pelas chuvas, que deixam o solo encharcado e as estradas vicinais alagadas, dizem os pesquisadores Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves.
Já os preços do feijão, segundo a análise do IEA, vêm sendo impulsionados pela menor oferta, gerada pela quebra de safra (estimada em mais de 10% nas regiões que fornecem produtos nesta época do ano), e a perspectiva de que apenas o início da colheita da próxima safra irá normalizar o mercado.
No caso do tomate, as perdas ocasionadas pelas chuvas neste final de safra reforçaram o declínio da oferta do produto, aumentando os preços recebidos pelos produtores, observam os técnicos do IEA. Por sua vez, a desvalorização cambial e a entrada da entressafra elevaram os preços da laranja para indústria em face das disposições contratuais.
As quedas mais relevantes foram verificadas nos preços da carne de frango (25,27%); dos ovos (8,86%); do amendoim (8,36%) e da carne suína (7,41%).
Acumulado de 12 meses
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice geral registrou alta de 13,43%, sustentado pelos maiores preços da cana (acréscimo de 33,75%), de acordo com os analistas do IEA. Sem a cana-de-açúcar, o índice geral de preços agropecuários apresenta fechamento negativo de 2,20%. “Isto fica claro quando, ao se avaliar o IqPR-V (vegetais), o acumulado tem alta de 18,68%. Sem a cana a variação fica negativa em 4,50%.”
A análise da variação mensal dos índices de preços agropecuários nos últimos 12 meses permite verificar comportamentos distintos, ou seja: os produtos vegetais crescem até maio de 2011 com salto, em decorrência do reposicionamento da cana na entrada da safra. Desde então, mostra-se queda abrupta em junho-julho, com manutenção de patamar até dezembro e elevação em janeiro.
Já os produtos animais, de acordo com os pesquisadores, apresentam desempenho errático, com idas e vindas de novembro de 2010 a abril de 2011. De abril de 2011 a junho de 2011, apresentam queda expressiva, seguida de alta puxada pela carne bovina na entressafra e pela carne de frango devido aos altos preços internacionais. Em setembro, verifica-se queda e, em outubro, ascensão, numa realidade em que todos os índices convergem para cima no novo ciclo de aumento dos preços agropecuários. Em janeiro, contudo, observa-se queda abrupta puxada pelo recuo dos preços das carnes.
Na variação de preços entre janeiro de 2011 e janeiro último, os maiores incrementos, todos em patamar acima da inflação (IPCA-IBGE), ocorreram no feijão (142,42%); na cana-de-açúcar (33,75%); na banana nanica (29,73%); no tomate para mesa (19,87%); no café (18,48%); no leite C (18,17%); no leite B (13,27%); nos ovos (9,58%); na batata (9,29%); e no milho (7,32%)
Já as reduções mais significativas foram verificadas nos preços da laranja para mesa (-50,75%); do algodão (-44,75%); da laranja para indústria (-29,17%); da carne de frango (-19,29%); da soja (-7,62%); da carne suína (-4,54%); do arroz (-4,35%); do trigo (-3,24%) e da carne bovina (-3,06%).
Em síntese, “na totalidade, os preços agropecuários mostram viés de alta comparativamente às cotações do ano anterior, em especial nos principais produtos da agropecuária paulista”, concluem os pesquisadores do IEA.
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Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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