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Instituto Biológico analisará resíduos de defensivos agrícolas nos produtos da Ceasa Campinas

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Biológico (IB-APTA), firmou convênio com a Centrais de Abastecimento de Campinas S.A. (Ceasa Campinas) para verificar a existência de resíduos de defensivos agrícolas nos produtos de hortifrúti comercializado pela empresa. O objetivo é promover a qualidade dos produtos comercializados e a segurança alimentar dos consumidores. O entreposto é o quarto maior do Brasil e o segundo maior do Estado de São Paulo.
A Ceasa Campinas recebe produtos de mais de 900 municípios brasileiros e comercializa cerca de 60 mil toneladas de alimentos por mês. A ideia é que a coleta dos hortifrútis seja feita no momento de entrada dos produtos no entreposto. “As amostras serão coletadas na portaria da Ceasa Campinas. Desta forma, poderemos rastrear os fornecedores dos alimentos. Nosso foco é na origem do produto”, afirmou Ricardo de Oliveira Munhoz, engenheiro agrônomo da Ceasa Campinas.
Mensalmente, a Ceasa Campinas coletará 12 amostras, com foco em 19 produtos, como pimentão, tomate, alface, morango, manga e mamão, comercializados em sua unidade, que serão encaminhadas ao Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico, em São Paulo, onde serão feitas as análises de resíduos, por meio de bateria de testes que compreende mais de 250 pesticidas. O escopo das amostras será abrangente e definido pela Ceasa Campinas. Os produtos podem variar de acordo com a sazonalidade. O projeto tem duração de um ano, com possibilidade de prorrogação.
O pesquisador da Secretaria de Agricultura, que atua no Instituto Biológico Amir Bertoni Gebara, explica que essas análises são fundamentais para garantir a qualidade dos produtos comercializados. “O objetivo desse projeto é disponibilizar alimentos seguros e de melhor qualidade ao consumidor. Esta é uma iniciativa da Ceasa, mas também um programa de governo da Secretaria de Agricultura”, disse.
Gebara explicou que a ingestão de alimentos que durante o processo de produção sofreram aplicação de produtos químicos proibidos e altamente tóxicos pode causar problemas na saúde dos consumidores, dependendo da quantidade de resíduos, a faixa etária do consumidor e a frequência de ingestão do alimento contaminado. “Alguns agrotóxicos têm sua aplicação proibida mundialmente, mas ainda podem ser encontrados de forma clandestina. Eles podem causar doenças crônicas no consumidor. Outros produtos, se aplicados em doses incorretas, podem causa mal-estar como tontura, vômito e náuseas”, comentou.
Em caso de não conformidade, a Ceasa Campinas, por meio de instituições parcerias ainda a serem definidas, fará um trabalho com os agricultores para promoção das boas práticas agrícolas. “Esperamos que esse projeto motive a seleção de fornecedores cada vez mais adequados ao conceito de segurança alimentar da Ceasa Campinas”, ponderou Munhoz.
Os trabalhos se iniciam já na primeira quinzena de agosto de 2016. “Neste primeiro momento faremos uma triagem para analisar os produtos que podem apresentar resíduos. A partir daí, vamos priorizar quais são os mais problemáticos”, disse Gebara.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, este trabalho é fundamental para a promoção da saudabilidade dos alimentos. “Esta é uma das recomendações do governador Geraldo Alckmin para que possamos garantir um alimento cada vez melhor para abastecer a mesa do cidadão brasileiro e agregar valor à produção do pequeno e médio agricultor, que, por consequência, poderá gerar mais renda, contribuindo, assim, para o desenvolvimento econômico do nosso País”, ressaltou.
Laboratório de Resíduos e Pesticidas do IB
O Laboratório de Resíduos e Pesticidas do Instituto Biológico é referência brasileira em análises de resíduos. Ele é acreditado pela norma ISO 17025, relacionada à qualidade, emitida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), credenciado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelo Ministério da Saúde do Japão.
“A adoção desse sistema de qualidade garante que as análises realizadas no laboratório sejam aceitas nacional e internacionalmente, facilitando, por exemplo, a comercialização e a exportação de produtos agropecuários e, principalmente, a aprovação pelo consumidor por alimentos seguros”, explica o pesquisador do IB.
Anualmente, cerca de 500 análises são feitas pelo laboratório do IB. Dentro do escopo, é o único laboratório público do Estado e um dos três no Brasil acreditado pela norma ISO.  O laboratório manteve parceria com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) por 27 anos.
O projeto também analisava os resíduos de pesticidas nos produtos comercializados pela maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores, pescados e diversos da América Latina. “Temos também diversas parcerias importantes com a iniciativa privada como, por exemplo, a empresa Broto Legal”, afirma Gebara.
Por Fernanda Domiciano
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