O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, encerrou dezembro com alta de 0,73%, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Já a variação acumulada em 2010 foi de 36,40% para o índice geral, fruto de aumento de 37,46% no índice de preços dos produtos vegetais e de 32,02% no índice dos produtos animais.
Em dezembro, o índice de preços dos produtos vegetais subiu 0,98%, enquanto o índice de produtos animais apresentou variação positiva de 0,11%. As altas mais expressivas ocorreram nos preços do tomate (18,27%); da carne de frango (13,22%); do milho (9,83%); do café (8,64%) e dos ovos (5,44%).
As chuvas recentes geraram perdas de colheita do tomate, com impacto conjuntural no abastecimento do produto, dizem os pesquisadores Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, José Sidnei Gonçalves e Eder Pinatti. Já o aumento das exportações da carne de frango levou à menor oferta no mercado interno, mesmo com a maior produção. O problema é agravado pela maior demanda decorrente do preço mais atrativo frente a outras carnes (bovina e suína).
Por sua vez, o preço do milho vem aumentando em decorrência de pressões do mercado internacional, face aos baixos estoques de passagem mundiais, observam os autores da análise. A perspectiva de que a oferta somente esteja normalizada no final do primeiro trimestre de 2011, o que “leva à formação de expectativas altistas, precificando a possibilidade de maior escassez”. Isto poderá contribuir para o aumento nos custos de produção da avicultura de corte, com repasse ao preço da carne de frango.
Já os preços do café aumentaram devido à pressão das demandas internacional e doméstica e dos menores estoques, explicam os autores da análise. “Ademais, a redução em especial da safra colombiana abre espaço para vendas de café brasileiro de qualidade superior, elevando os preços médios no mercado interno de arábica, como o café paulista.”
No caso dos ovos, a reposição dos valores pagos é em parte explicada pelo maior preço da carne bovina, além da pressão decorrente do aumento da massa salarial frente à queda do desemprego e ao aumento da renda média. “Isso vem aumentando a demanda de produtos da panificação, confeitaria e massas alimentares (macarrão) que utilizam ovos.”
As quedas mais significativas foram verificadas nos preços do feijão (45,26%); da batata (44,52%); da carne bovina (5,58%) e da carne suína (5,53%).
Preços em 2010
Em relação a dezembro de 2009, os indicadores de preços agrícolas mostraram-se “expressivamente mais elevados”, de acordo com os pesquisadores do IEA. “A explicação para o comportamento de preços agropecuários mais altos em 2010 não pode ser atribuída à menor eficiência setorial.” Deve-se ao fato de que “2009 foi um ano de preços demasiadamente baixos, os menores dos últimos anos, para produtos relevantes na composição dos índices, como é o caso das laranjas”.
Em 2010, tanto a laranja para indústria (104,44%) quanto a laranja in natura (140,18%) apresentaram significativa recuperação de preços. “Mas bastou os preços melhorarem em 2010 para mostrar que a oferta responde a preços em qualquer circunstância, afetando a orquestração de interesses intra-setoriais”, observam os analistas.
Se em lavouras perenes como os pomares o ajuste se dá num prazo mínimo de doze meses, em lavouras temporárias isto ocorre em questão de meses. Os preços do feijão, por exemplo, sofreram, em outubro último, significativa alta (142,36%) em relação ao ano anterior. No encerramento do ano, continuavam altos (37,33%) em relação ao mesmo período de 2009.
Nos últimos doze meses, sequer conseguiu-se obter cotação ao nível de produtor paulista, “como reflexo da significativa queda dos estoques internacionais em plena entressafra brasileira”. Já a banana nanica (71,51%) recuperou-se de situação de preços baixos do final de 2009. Também tiveram acréscimos nos preços o amendoim (49,29%); o milho (46,28%); o café (38,29%); a carne bovina (42,35%); a carne de frango (26,40%); a carne suína (28,30%); os ovos (15,75%) e a cana-de-acúcar (15,61%).
O consumidor em dezembro de 2010 pagou mais pelo feijão, pelas carnes e para abastecer seu carro, resumem os pesquisadores. “Mas existem preços conjunturalmente menores em 2010, quando comparados com 2009, como nos casos da batata (-42,17%) e do tomate para mesa (-40,71%), ambas olerícolas de elevada perecibilidade.”
Do lado da demanda, houve em 2010 “significativa e persistente pressão da procura” em função do ritmo do crescimento econômico, com aumento da massa salarial (efeito convergente de redução do desemprego e maior nível do salário médio) “Mas essa pressão que provoca alta dos preços na entressafra da produção agropecuária não sustenta esses patamares de preços no início da colheita da safra das águas, que para alguns produtos como o feijão ocorre em novembro, mas para outros se estenderá até março de 2011.”
De qualquer maneira, a conjuntura atual conduz à formação de expectativas para a maioria dos produtos, o que indica preços crescentes, concluem os pesquisadores do IEA. Este fato “somente será revertido, ou não, em função da magnitude dos volumes colhidos, do comportamento dos preços internacionais e da resistência das estruturas de mercado: dos consumidores aos movimentos especulativos”.
Link: íntegra da análise sobre o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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