O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) caiu 0,24% na segunda quadrissemana de agosto, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Isto ocorreu devido à redução de 5,03% no índice de preços dos produtos animais, uma vez que o índice de preços dos produtos vegetais registrou alta de 1,69%. Sem a presença da cana-de-açúcar no cálculo, o índice geral registra variação negativa de 0,10%, enquanto o índice dos produtos vegetais tem expressiva alta 4,58%.
As quedas mais expressivas ocorreram nos preços da laranja para mesa (32,31%), da carne suína (18,24%), da batata (16,70%), dos ovos (15,49%), do feijão (12,50%) e da carne de frango (11,72%). No caso da laranja de mesa, contribui para a queda das cotações o efeito da crise setorial, associado ao tradicional menor consumo de sucos caseiros nos meses de inverno. Porém nada se compara aos impactos da entrada no mercado consumidor de parte da laranja destinada à indústria, devido aos baixos preços praticados pelas processadoras, dizem os autores da análise.
As incertezas sobre a gripe A (H1N1) fizeram com que diminuísse o consumo de carne suína, afetando os produtores de todo o país, observam os pesquisadores Eder Pinatti, José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves e Luis Henrique Perez. “O fato de associar a nova gripe com a doença no porco pesou no mercado.” Mesmo com as temperaturas mais baixas e com o início do mês, quando a procura aumenta, a demanda por carne suína não se tem aquecido, o que acarretou redução das cotações.
“A decisão de alguns Estados de adiar a volta às aulas por causa da gripe A gerou um efeito inesperado sobre o mercado de carnes. Os preços do boi e do frango, que normalmente sobem nesta época do ano com o retorno às aulas após as férias, estão em queda”, afirmam os pesquisadores do IEA.
No caso do feijão, além da pressão menor do consumo, verifica-se a entrada pontual da colheita dos primeiros plantios após a safra das secas. “A questão de consumo reflete, em grande parte, o postergamento do retorno às aulas, comprometendo as aquisições institucionais para merenda escalar.”
As altas mais significativas foram observadas nos preços da laranja para indústria (50,00%), do tomate (33,40%), da banana nanica (25,35%), do amendoim (12,94%) e dos leites tipo B (5,43%) e tipo C (5,11%). Quanto à laranja para indústria, reflete no comportamento dos preços o fato de que a variedade Pêra do Rio, de maior qualidade e produtividade do suco, passou a predominar, quando até agora prevalecia a variedade Hamlin. “Ressalte-se que para os citricultores sem contrato há enormes dificuldades de entrega na usina, a qualquer preço”, explicam os técnicos do IEA. Este último fato tem impacto direto no mercado de laranja de mesa, que mostra significativa queda de preços.
O clima da última quinzena de junho (frio e chuvoso) prejudicou a produção de tomate, reduzindo a oferta do produto, o que acarretou o aumento das cotações. Nos dias iniciais de agosto, o clima característico de baixa umidade relativa do ar e de temperaturas altas aparentemente estimulou os preços da banana. Por outro lado, as frutas produzidas no inverno apresentam tamanho e peso menores, configurando menor produtividade e menor oferta.
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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