O Instituto de Economia Agrícola (IEA), um dos seis que compõem a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, completou 73 anos. Para comemorar a data, foi realizada na quarta-feira, 25 de novembro, a palestra intitulada “A importância das Tecnologias e Inovações geradas no IEA: conceito, contexto e impactos”, ministrada por Alceu de Arruda Veiga Filho, pesquisador científico aposentado. De acordo com os organizadores, o objetivo do evento foi apresentar, sob nova perspectiva de entendimento, as atividades desenvolvidas na Instituição, suas contribuições e impactos e propor uma reflexão sobre as possibilidades que se apresentam para o redirecionamento ou aprofundamento de futuros trabalhos de pesquisa.
Marli Dias Mascarenhas Oliveira, diretora-geral do IEA, lembrou o que a Instituição produz informações socioeconômicas de qualidade que permitem a avaliação de produtos e mercados, formando um acervo de conhecimento rico e vasto. “Essa massa crítica de informações nunca foi sistematizada e avaliada em seu conjunto para poder distingui-la das concorrentes na cadeia do conhecimento e diferenciá-la como produtos e processos”, enfatizou. A elaboração da classificação demandou avaliação de 3.993 estudos elaborados no período de 1990 a 2012, selecionando os mais importantes de acordo com a metodologia adotada.
Fundado em 1942, o IEA foi o primeiro Instituto de Pesquisa a sistematizar os estudos sobre economia agrícola no Brasil, desde então, tem se dedicado a produzir, adaptar e transferir conhecimento e informações na área da economia aplicada à agricultura, visando o desenvolvimento social, tendo se tornado um centro de referência em economia agrícola do país, reconhecido por gerar informações de qualidade, disponíveis a todos os interessados.
De acordo com Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura, a colaboração dos pesquisadores do IEA tem sido imprescindível para a compreensão e análise de questões relacionadas com a elaboração de políticas públicas para o setor. O secretário lembrou a orientação do governador Geraldo Alckmin para que a produção agrícola estivesse sempre aliada à preservação ambiental e mencionou o trabalho desenvolvido pelo Instituto, em parceria com técnicos da Secretaria do Meio Ambiente, para elaboração do Protocolo Agroambiental, que em seus sete anos de implantação trouxe ganhos expressivos não só relacionados a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, mas também quanto a recuperação das áreas de matas ciliares e proteção das nascentes.
Arnaldo Jardim afirmou que sua missão à frente da Pasta é, além de descaracterizar essa falsa dicotomia entre Agricultura e Meio Ambiente, priorizar o atendimento ao pequeno produtor e à agricultura familiar, seja garantindo crédito, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), oferecendo assistência técnica de qualidade e fazendo chegar ao campo o resultado das pesquisas realizadas pelos Institutos ou modernizando, revisando e esclarecendo as normas aplicadas pela Defesa Sanitária visando garantir a sanidade do produto agrícola paulista.
“São Paulo já não é mais o centro da produtividade agrícola do País, mas pode e deve ser o maior gerador de conhecimento sobre as cadeias de produção”, ressaltou Arnaldo Jardim. Segundo ele, a retomada das Comissões Técnicas e a reativação das Câmaras Setoriais, espaços onde são prospectados os problemas e discutidos dentro de uma visão intersetorial, permite que os pesquisadores atuem de forma sinergética com os diversos elementos que compõem o segmento.
“A busca por aprimoramento constante nos levou a incluir várias melhorias nos trabalhos do IEA, seja na revisão das metodologias seja na ampliação do número e qualidade dos informantes, ou no maior envolvimento com o setor por meio da atuação nas Câmaras Setoriais e parcerias com os diferentes agentes da cadeia produtiva”, destacou Marli Mascarenhas.
Firme no propósito de se consolidar como referência em economia agrícola, sempre respeitando o que prega a Missão e Visão do Instituto, foram produzidos nestes 73 anos milhares de trabalhos que tiveram impacto para a sociedade. Dos quase 4 mil trabalhos realizados entre as décadas de 1990 a 2012, Alceu de Arruda Veiga Filho pré-selecionou e classificou 223 tecnologias que causaram forte impacto quando foram apresentadas. Destas foram escolhidas 22 para análise mais detalhada. Como critério de organização, os artigos, caracterizados como Tecnologias e Inovações, foram classificados em: Conhecimento Estratégico, Contribuição ao Debate, Análise e Formulação das Políticas Públicas, Criação de Oportunidade, Enfoque Regional e Arbitragem, de acordo com o objetivo de cada um.
Conhecimento Estratégico e Análise e Formulação das Políticas Públicas concentrou o maior número de trabalhos, seguido por Criação de Oportunidade e Enfoque Regional. Os autores foram instados a determinar a importância do objeto de estudo, a tecnologia ou inovação desenvolvida e os impactos reais ou potenciais de cada um dos projetos. Muitos artigos tiveram alcance nacional, outros até internacional.
Em suas conclusões, Arruda Veiga destacou a aderência dos trabalhos analisados à Missão do IEA e sugeriu que os colegas busquem maior inserção nas cadeias produtivas e priorizem o trabalho com os Polos de Pesquisa da APTA, que atuam em sintonia com a comunidade, além de fazer uso de ferramentas de prospecção de demanda.
Por Nara Guimarães
Secretaria de Agricultura e Abastecimento
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