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Tecnologia reduz idade ao primeiro parto de novilhas leiteiras mestiças

Pesquisa realizada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), conseguiu reduzir a idade para chegada ao primeiro parto de novilhas mestiças Holandês/Gir. Com o estudo foi possível antecipar em cerca de dois anos a idade do primeiro parto das novilhas. A pesquisa está sendo conduzida no Polo Regional da Alta Mogiana da APTA, localizado em Colina, interior paulista. 
A média nacional de idade do primeiro parto das novilhas mestiça é superior a quatro anos. A pesquisa da APTA reduziu esse período para 26 meses. A antecipação foi feita por meio da suplementação estratégica, com o uso de suplementos específicos, na época das águas, chamados de suplemento energético-mineral, e na época da seca, o suplemento proteico-mineral. “O produtor sempre deixa a fase de cria e recria para segundo plano, pois representam de 20% a 25% dos custos totais da atividade leiteira. Este é um entrave no sistema de produção. Por isso, buscamos alternativas alimentares, por meio da suplementação a pasto, na época das águas e da seca, a fim de antecipar a idade do primeiro parto”, explica Ricardo Dias Signoretti, pesquisador da Secretaria, que atua na Agência, responsável pelo trabalho.
“Cerca de 70% da produção de leite no Brasil provém de novilhas mestiças. Por isso, estimular as pesquisas são fundamentais aumentar o número de animais em produção, o volume de leite e a renda do produtor rural, e disponibilizando produtos de qualidade para os consumidores, uma orientação do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin”, afirmou Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.  
As novilhas produzidas no projeto de pesquisa anterior foram alocadas em outro projeto, com o objetivo de obter maior produtividade de leite por área, melhorar a qualidade nutricional do leite e reduzir o custo por quilo do leite produzido.
O projeto foi iniciado em 2005 e já na primeira fase, a equipe de pesquisadores da APTA reduziu o uso de concentrado na dieta animal em cerca de 20%, diminuindo em cerca de 14% os custos de produção do leite. A pesquisa também aumentou a produtividade média de leite para cerca de 100 litros por hectare por dia e com lotação média anual de seis vacas por hectare, resultados relevantes e superiores a média nacional.
O sistema adotado pelos pesquisadores foi o pastejo rotacionado, com capim Tanzânia manejado de forma correta, ou seja, com a adoção de tecnologias atuais nas áreas de cultivo, adubação, irrigação e manejo racional da pastagem.
O trabalho também melhorou a composição do leite, aumentando o teor de gordura para níveis próximos a 4%, um aumento de 0,7%, com impacto positivo no rendimento na indústria alimentícia e para os consumidores, o teor de proteína para 3,3%, sendo que normalmente esse valor é de 3%, e os teores sólidos para cerca de 13%, comumente abaixo de 12%.
“Conseguimos melhorar a qualidade microbiológica do leite, reduzindo a contagem de células somáticas de 200 mil e a contagem bacteriana total abaixo de 10 mil. Antes, a contagem de células somáticas e a bacteriana era superior a 600 mil e 300 mil, respectivamente”, diz Signoretti.
Segundo o pesquisador, com a tecnologia é possível aumentar R$ 0,08 por litro de leite dependendo dos critérios adotados pelo laticínio, e atende à Instrução Normativa 51 e 52 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 
A APTA tem desenvolvido trabalhos de avaliação do sistema de produção de leite em pasto irrigado. A expectativa do pesquisador é testar níveis de suplementação, aditivos alimentares, níveis de adubação, melhoria no manejo da pastagem e na técnica de irrigação de pastagem, aumentando a produtividade e a rentabilidade por área. 
Além de gerar e adaptar tecnologias inovadoras, a equipe de pesquisadores da Agência em pecuária leiteira promove treinamento e capacitação de produtores, técnicos e estudantes. Ao todo já foram realizados mais de 50 treinamentos. 
A demanda regional por informações técnicas sobre pecuária leiteira, por produtores e técnicos, levou a APTA a criar, em Colina, uma unidade de referência de sistemas de produção de leite, instalada em 2012. Os trabalhos envolvem os Polos Regionais Alta Mogiana, Centro Leste e Vale do Paraíba, além da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). “A ideia é reunir informações e tecnologias inovadoras e adaptadas para a produção de leite a pasto, a baixo custo, enfatizando a melhoria da qualidade do produto. Estamos montando um sistema de fácil manejo e tecnologias simples para o produtor”, pondera Signoretti.
As pesquisas foram financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O trabalho é realizado em conjunto com a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Universidade de São Paulo (USP), Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Por Fernanda Domiciano
Mais informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(19) 2137-0616/0613

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