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Dissertação de mestrado IEA analisa mudanças geradas por ciclo da cana em Araçatuba

A população da região administrativa de Araçatuba cresce 1,41% ao ano, taxa superior ao crescimento anual de 1,10% do Estado de São Paulo, revertendo o ciclo de esvaziamento populacional do período de 1950 a 2000. É o que mostra a dissertação de mestrado “Mudanças históricas e implicações sócio-espaciais na composição das atividades agropecuárias hegemônicas na região de Araçatuba (SP)”, do pesquisador Danton Leonel de Camargo Bini, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) – vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.A dissertação foi apresentada em janeiro último ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). O trabalho analisa a expansão de canaviais e usinas de álcool e açúcar na região de Araçatuba (SP). Aborda a evolução histórica da região após o domínio indígena, a partir da ocupação de algumas culturas (café, algodão, pecuária bovina e cana-de-açúcar) “que hegemonizaram o uso de suas terras agrícolas”. E apresenta os vários momentos da ocupação do espaço geográfico regional, as principais infraestruturas instaladas e algumas implicações resultantes desse processo. Segundo o estudo, o Oeste paulista recebeu 29 novas usinas entre 2000 e 2007, “ficando novamente como uma área prioritária para suas instalações no Estado de São Paulo”. A subida do preço da gasolina no começo dos anos 2000, o lançamento do carro flex fuel e a problemática ambiental (que surgiu como referência para um projeto futuro sustentável) deram novo fôlego ao álcool combustível, “reforçado como paradigma energético alternativo aos combustíveis fósseis”, diz Danton Bini. Aliam-se a isso os investimentos “turbinados por capitais estrangeiros”, que ocuparam espaço deixado pelos recursos escassos do Estado fruto das reformas dos anos 1990. Escoamento Em artigo publicado recentemente no site do IEA (www.iea.sp.gov.br), o pesquisador Danton Bini aborda a questão da infraestrutura de escoamento de açúcar e álcool na região de Araçatuba. Para atender às 29 usinas instaladas até 2007 no Oeste paulista, a área de produção de cana aumentou de 204,55 mil hectares em 2001 para 397,16 mil em 2006, de acordo com dados do IEA. Para evitar estrangulamentos na infraestrutura de transporte, grandes investimentos públicos e privados precisam ser direcionados, diz Danton Bini. O modal rodoviário é o mais utilizado na região especificamente para o escoamento da produção de açúcar e álcool, além de outros produtos, bem como serve como principal artéria receptora das mercadorias e pessoas vindas de localidades externas. Esse sistema “tem apresentado problemas sérios em sua manutenção, como a existência de buracos ocasionados, por exemplo, pelo desgaste obtido com o excesso de peso dos caminhões canavieiros. Para reverter essa realidade intensificada com o aumento do uso das estradas regionais provocado pela expansão do circuito espacial de produção canavieira, o governo do Estado de São Paulo, pelo Programa Pró-Vicinais, contemplou a Região Administrativa de Araçatuba no segundo semestre de 2007 com R$ 63 milhões, onde 46 estradas municipais começaram a ser recuperadas, em um total estimado de 381,9 quilômetros”. O trabalho cita ainda os investimentos no modal ferroviário – que aparece com as melhores condições de complementaridade à locomoção rodoviária – por parte da empresa América Latina Logística (ALL) em parceria com o setor produtivo, comercial e de serviços. “Representando uma economia de 10% em relação ao transporte rodoviário de açúcar, a pretensão da ALL é realizar o trajeto de volta transportando o álcool utilizando os mesmos vagões. Basta existir neste caminho centros coletores com tanques armazenadores de álcool: é o que a ARLOG está planejando construir no terminal rodoferroviário em Araçatuba.” Danton Bini refere-se também a estudos da Transpetro e BR Distribuidora (subsidiárias da Petrobrás) e da Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo para o funcionamento do modal hidroviário, por meio da modernização da hidrovia Tietê-Paraná. “No transcurso do rio Tietê, no sentido interior-capital, a ideia é avolumar o transporte hidroviário de soja, farejo, milho e prioritariamente cana-de-açúcar e derivados. No sentido inverso, capital-interior, almeja-se superar os gargalos atuais realizando carregamentos principalmente de combustíveis e insumos agrícolas, devido à volta de muitas embarcações vazias.” Por fim, o trabalho cita a implantação de alcooldutos interligados aos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário. A Transpetro, por exemplo, está projetando, para entrar em funcionamento em 2012, alcoolduto que servirá para o escoamento do álcool produzido no Oeste paulista, prioritariamente o da região de Araçatuba (cortada ao meio pelo rio Tietê). Assessoria de Comunicação da APTA José Venâncio de Resende (11) 5067-0424

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