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Macroalga e probiótico para produção de tilápia são destaques do IP na Agrishow

IP apresenta tecnologia para obtenção de estimulante agrícola a partir de macroalga marinha na Agrishow

Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o mercado mundial de plantas aquáticas movimentou US$ 11,4 bilhões em 2016, com uma produção total de 30,1 milhões de toneladas. De olho na importância econômica desse mercado, o Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolve desde 1995 estudos com a macroalga marinha Kappaphycus alvarezii, que apresenta potencial de aplicação em diversos segmentos da indústria, como o de biofertilizantes, biocombustíveis, cosméticos, rações, dentre outros.

Os resultados preliminares do projeto de pesquisa intitulado “Desenvolvimento ordenado e potencial da produção da macroalga Kappaphycus alvarezii no Estado de São Paulo para a extração do biofertilizante”, realizado pelo Instituto de Pesca em parceria com a Faculdade de Engenharia Agrícola (Fepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), serão apresentados ao público entre os dias 30 de abril e 4 de maio durante a Agrishow 2018.

De acordo com a pesquisadora do IP Valéria Cress Gelli, que coordena o projeto, os resultados obtidos demonstraram que o extrato da macroalga K. alvarezii pode ser considerado um estimulante agrícola e sua eficiência já foi comprovada também em diversos estudos.

“Os testes preliminares que realizamos na Feagri/Unicamp demonstraram que o extrato da macroalga K. alvarezii em uma concentração de 2% resultou em um aumento de produtividade de aproximadamente 25% na cultura da alface quando comparado aos biofertilizantes comerciais. Novos testes devem ser realizados, porém a eficiência deste extrato tem sido estudada mundialmente com sucesso em outras culturas, como, por exemplo, a da soja, pimentão, milho, cana, trigo”, diz a pesquisadora.

Outro ponto positivo da utilização da macroalga para esse fim é que o produto é biodegradável e previne doenças nas lavouras, principalmente as causadas por fungos e bactérias, conta Valéria.

“Nos últimos anos, o mercado de alimentos orgânicos tem crescido, mas a produtividade por área ainda é um entrave. Neste sentido, o estimulante agrícola extraído da macroalga K. alvarezii poderia ser uma alternativa utilizada para aumentar a produtividade sem comprometer a certificação dos produtos”, explica.

sse projeto também tem o objetivo de desenvolver de forma sustentada, ordenada e responsável o cultivo de algas, ou algicultura, no litoral norte de São Paulo, a fim de que se torne uma alternativa de trabalho e renda para as comunidades litorâneas, em particular aquelas relacionadas à produção aquícola familiar e/ou artesanal.

“Nos estudos de viabilidade econômica realizados, concluímos que a produção do extrato da macroalga, de forma artesanal, passa a ser rentável a partir de áreas de cultivo de 2.000 m² de lâmina d’água. Além destes estudos de eficiência econômica, estamos também realizando pesquisas com o uso de geotecnologias para o ordenamento espacial da atividade em todo o litoral norte de São Paulo, com o objetivo de colaborar nas políticas públicas da maricultura paulista”, conta Jansle Vieira Rocha, professor e pesquisador da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp.

Biocombustível

m outra frente de estudo, a utilização da macroalga Kappaphycus alvarezii como biocombustível também demonstrou ser viável. A tecnologia inédita para a obtenção de um hidrolisado de glicose por meio do processamento industrial de macroalgas marinhas foi desenvolvida pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) em co-titularidade com o Instituto de Pesca (IP-APTA).

A nova tecnologia proporciona uma taxa de conversão da glucana em glicose de 100%, o que permite a redução de uma etapa para a produção de biocombustível. Para se ter uma ideia, a taxa de conversão da cana-de-açúcar é de apenas 20%. Por isso, o hidrolisado de glicose se configura como uma alternativa tecnológica com menor impacto ambiental para a produção de combustíveis.

Probiótico para tilápia desenvolvido pelo Instituto de Pesca será apresentado durante a Agrishow 2018

Com produção estimada 357 mil toneladas em 2017, a tilápia é atualmente o peixe mais cultivado no Brasil. Tendo em vista sua importância econômica para a aquicultura brasileira e a necessidade de aumento de produtividade das fazendas aquícolas, pesquisadores do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, estão em fase final de desenvolvimento de um probiótico específico para tilápias. A tecnologia será apresentada para o público durante a Agrishow 2018.

De acordo com Danielle de Carla Dias, pesquisadora que integra a equipe do IP, foram selecionadas quatro cepas de bactérias com potencial probiótico, que estão sendo produzidas em industrialmente para realizar os experimentos in vivo. Ela destaca que nos testes realizados em laboratório, esses probióticos inibiram in vitro as três principais bactérias patogênicas que ocorrem na tilapicultura brasileira – Aeromonas hydrophila, Francisella noatunensis subespécie orientalis e Streptococcus agalactiae.

“Até o final do mês de agosto de 2018, teremos os resultados dos testes com os peixes para solicitar o registro dessas bactérias probióticas junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), regularizando sua utilização em tilapicultura”, afirma Danielle, que participa do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Aumento de produtividade

Os probióticos são micro-organismos vivos que, se administrados em quantidades adequadas, trazem benefício à saúde do animal que os hospeda. “Esses micro-organismos têm capacidade de se instalar e proliferar no trato intestinal do animal, trazendo benefícios como, por exemplo, aumento de ganho de peso, redução de colonização de organismos causadores de infecções, maior taxa de fertilização e produção de ovos, dentre outros”, explica a pesquisadora Por isso, o desenvolvimento desse tipo de produto se torna um aliado importante para os produtores que trabalham com sistemas de cultivo intensivo, onde o risco de doenças é maior e pode comprometer todo o estoque de peixes.

Para selecionar a bactéria mais adequada para o desenvolvimento do probiótico, os pesquisadores do IP visitaram e coletaram material em 24 pisciculturas dos Estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Pernambuco. “Esse trabalho de coleta durou cerca de um ano. No campo, nós fizemos a raspagem da pele da tilápia para coleta de muco e retiramos também uma amostra de seu intestino, onde estão concentradas em maior quantidade as bactérias probióticas. Feito isso, nós congelamos esse material, que foi conservado em meios de cultura adequados para o transporte de bactérias até o laboratório para realizarmos as análises de seleção”, detalha o pesquisador do IP, Carlos Ishikawa, que também participa da pesquisa.

A coleta de material biológico em diferentes regiões é fundamental para a pesquisa. De acordo com o pesquisador do IP, Leonardo Tachibana, há variações nas características das bactérias dependendo das condições ambientais, como o clima e a qualidade da água. “Por isso, é tão importante esse trabalho de coleta em vários pontos. Isso nos dá uma diversidade de material para selecionarmos o probiótico mais adequado”, conta Tachibana.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, Francisco Jardim, o desenvolvimento do probiótico para tilápia pelo Instituto de Pesca será importante para o fortalecimento setor produtivo da aquicultura, pois trará ganhos de produtividade às fazendas aquícolas que cultivam este peixe, cumprindo os propósitos delineados pelo governador Márcio França.

Textos: Leonardo Chagas – Assessor de Imprensa – IP

Contato durante a Agrishow:

Fernanda Domiciano – Assessora de Imprensa APTA

(19) 99269-9138 (com Whatsapp) | (19) 99745-9837 | fdomiciano@sp.gov.br

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