Macroalga que pode trazer benefícios ambientais e econômicos para a sociedade
A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), por meio do coordenador Carlos Nabil Ghobril, e da pesquisadora científica do Instituto de Pesca (IP-Apta) Valéria Cress Gelli, estiveram presentes no Senado Federal, no dia 3 de julho, participando do debate sobre o fomento à produção da macroalga Kappaphycus alvarezii. Durante a audiência foram apresentadas propostas de pesquisas dos grupos do Instituto de Pesca (IP-Apta), Embrapa RJ e Epagri de Santa Catarina, estados que têm potencial e licença do Ibama para o cultivo da macroalga visando uma cadeia nacional de produção, comercialização e consumo da K. alvarezii.
A pesquisadora científica IP-Apta Valéria Cress Gelli explicou aos senadores que a macroalga vem sendo estudada há 29 anos no instituto. Hoje existem 12 linhagens que possuem rastreabilidade e há a necessidade de desenvolver projetos de pesquisa e extensão em São Paulo.
A pesquisadora aproveitou a oportunidade e citou os seis estudos liderados pelo Instituto de Pesca, Embrapa e UNESP com vários parceiros ainda necessários, que são: a avaliação da sustentabilidade da quantidade de carbono que a macroalga produz, a aplicação do extrato da macroalga para a produção de spirulina (consumo humano) e hortaliças aquapônicas, a caracterização bioquímica e a seleção das linhagens K. alvarezii cultivadas para fins de conservação, pesquisa, cultivo e usos comerciais, um biobanco tecnológico para conservação e difusão das linhagens da macroalga para interesse econômico, a capacitação do setor técnico e produtivo para o desenvolvimento sustentável e ordenado da Algicultura Paulista e a avaliação e eficácia do extrato da macroalga em frutíferas e hortaliças no pós-colheita.
Da Embrapa Solos (RJ), David Campos mencionou oito pesquisas necessárias para o estado do Rio de Janeiro e Alex Alves dos Santos, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), abordou onze projetos previstos para seu estado. No total, foram apresentados 25 projetos de pesquisas que demandam em torno de R$ 12 milhões para serem desenvolvidos.
Durante o debate a chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), Danielle de Bem, ressaltou a oportunidade de estabelecer uma rede colaborativa entre várias instituições para estudar a macroalga e a aquicultura em geral.
O senador Jorge Seif (PL-SC), que presidiu a audiência pública, convocou seus colegas de Parlamento para apoiar o financiamento das pesquisas, destacando o enorme potencial da macroalga para o Brasil. Ele argumentou que o valor solicitado é irrisório em comparação aos benefícios que a Kappaphycus alvarezii pode trazer ao país.
A audiência ocorreu na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, atendendo a requerimentos dos senadores Jorge Seif (PL-SC), Flavio Azevedo (PL-RN) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Para assistir à audiência, acesse este link a partir dos 25 minutos e 48 segundos.