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Porto de Paranaguá culpa operadores e cooperativas por fila

Uma fila de caminhões carregados com soja voltou a se formar nas imediações do Porto de Paranaguá. Na tarde de ontem, ela chegou ao quilômetro 15 da BR-277. O superintendente do porto, Eduardo Requião, disse que a fila se formou porque "operadores portuários, plantadores, cooperativas e produtores de Mato Grosso e Goiás, como estão diante de supersafra, estão tentando forçar o Porto de Paranaguá para que abra o silão (armazém público) para a soja transgênica". O governo do Paraná não permite o armazenamento de soja transgênica no porto público.Segundo o superintendente, o porto adotou medidas logísticas, entre elas a nominação prévia de navios e local para estocagem, a fim de evitar as filas. "Mas eles desobedeceram as ordens de serviço e o regulamento do pátio e da exportação", acentuou. "O porto não aceitará essa pressão." Requião disse que o silo público será usado apenas para receber soja não modificada geneticamente. "Nós vamos manter o silo público, que significa 10% da capacidade de operação do Porto de Paranaguá, para soja tradicional", ressaltou.Ele disse que poderia, conforme determina a lei, mandar que a polícia retirasse os caminhoneiros que estão há mais de 36 horas no pátio de triagem, que tem capacidade para cerca de mil veículos. "Mas vamos colocar esses caminhoneiros que vieram aqui para descarregar sua soja", afirmou. "A responsabilidade e a responsabilização deve ser em cima de perversos operadores portuários." Mesmo assim, alguns caminhoneiros denunciaram que houve tentativa da polícia de retirá-los do pátio.O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, Macel Caixeta, disse que a entidade não aceita que se jogue a culpa sobre os produtores. "É mais um absurdo que acontece no Brasil", afirmou. "O nosso papel é plantar e ajudar o País a crescer, quem exporta são as tradings e as multinacionais."Mas ele criticou a restrição para exportação dos produtos transgênicos. "Se o plantio está permitido no Brasil tem que ser escoado", ponderou. O diretor da Federação da Agricultura de Mato Grosso, Valdir Correa da Silva, também foi enfático. "Por parte do produtor não há nenhum esquema, mesmo porque a primeira soja ele entrega para as tradings como pagamento de dívidas", registrou.

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