A 60ª prova de ganho de peso de Sertãozinho (PGP), que começa no dia 26 de abril, apresenta este ano uma novidade. O criador da raça Nelore terá a oportunidade de avaliar seus animais para a eficiência na conversão de alimentos. A avaliação consiste em teste de desempenho individual, ou seja, os animais são avaliados por meio da característica Consumo Alimentar Residual (CAR).
O CAR é uma nova tecnologia desenvolvida por Koch e colaboradores em 1963 e foi retomada para estudos pelo Centro de Pesquisa em Pecuária de Corte do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A técnica possibilita a identificação de animais que, para o mesmo ganho, consumam menos alimento, diminuindo os custos de produção e tornando o sistema mais sustentável.
No período de 26 a 30 de abril, serão recebidos em Sertãozinho os animais que vão participar da PGP-IZ 2010, cujo início oficial será no dia 4 de maio. A prova de ganho de peso e a avaliação do CAR acontecerão simultaneamente no período de 4 de maio a 19 de outubro, podendo o criador optar pela PGP convencional ou pela PGP adicionada da avaliação do CAR. Porém as vagas para a avaliação do CAR são limitadas. Os animais que alcançarem desempenho “Elite” e “Superior” na PGP-IZ 2010, bem como animais de outras “Provas de Desempenho”, poderão participar, posteriormente, da segunda fase de avaliação do CAR.
Estima-se que este ano devam participar aproximadamente 300 animais. A prova é um teste de desempenho individual onde os animais são avaliados por meio de um índice (IPGP) que leva em conta o ganho diário em confinamento e o peso final padronizado aos 378 dias. Trata-se de processo de eficiência comprovada para seleção de reprodutores, dizem os organizadores da prova, já que tanto o ganho de peso quanto o peso final possuem herdabilidade alta, fazendo com que indivíduos que se destacam nesses atributos possam transmitir com grande probabilidade essas características a seus filhos.
A PGP possibilita ao criador a identificação acurada de animais geneticamente superiores para características de interesse econômico, relacionadas principalmente ao potencial de crescimento e qualidade da carcaça, explica a pesquisadora Joslaine Noely S. G. Cyrillo, do Centro de Pesquisa em Pecuária de Corte do IZ. “As PGP constituem importante instrumento auxiliar em sistemas de avaliação genética entre e dentro de rebanhos, sobretudo em populações que não possuem boa conectabilidade genética em seus bancos de dados.”
Além disso, a PGP de Sertãozinho desenvolveu metodologias de avaliação que são utilizadas em provas de ganho de peso em todo o País, inclusive recomendadas pelas principais associações de raças, diz Cyrillo.
Histórico
As provas de ganho de peso foram introduzidas no Estado de São Paulo em 1951, na cidade de Barretos, e em 1955, em Sertãozinho, pelo pesquisador João Barison Villares. Desde então, vem sendo realizadas ininterruptamente. Nesse período de 60 anos, a metodologia de avaliação dos animais participantes das PGPs passou por várias modificações.
Assim, a metodologia proposta atualmente pelo Centro de Pecuária de Corte do IZ é conseqüência da evolução decorrente de longa experiência e de uma série de pesquisas envolvendo informações obtidas nas PGPs de Sertãozinho ao longo dos anos. O objetivo é aprimorar, cada vez mais, a correta identificação dos genótipos superiores dentre os indivíduos participantes das provas, portanto candidatos à seleção.
Ganhos genéticos significativos foram alcançados, utilizando a PGP como ferramenta de seleção, nos caracteres relacionados ao crescimento, como peso, ganho de peso e características qualitativas e quantitativas de carcaça, nos rebanhos das raças Gir, Guzerá, Nelore e Caracu mantidos em Sertãozinho.
Fotos
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