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Produtor deverá plantar menos feijão nesta safra

Produtores de feijão carioca devem produzir menos nas próximas safras. A previsão é de que a safrinha - cuja colheita já se iniciou - seja 12% menor no Brasil. Para a terceira safra, estima-se queda de 4%. O problema está no baixo preço dos últimos doze meses, cerca de 20% menor que no período anterior, segundo explica o analista da Safras & Mercados, Élcio Bento. Entre maio de 2005 e março de 2006, o valor médio da saca do carioca foi vendida na Bolsinha do Feijão, em São Paulo, por R$ 92, 19,5% menor que no período de abril de 2006 e abril deste ano. Nesse intervalo, o preço médio foi de R$ 74. Uma recuperação estava sendo esperada para os meses de março e abril, conta Bento, mas não foi o que aconteceu. "É nesses dois meses que o preço do carioca atinge os patamares mais elevados do ano". A média de preços da saca no período costuma ser de R$ 90, mas, em março, foi de R$ 68 e em abril, R$ 73, o que representou uma queda média de 20%. "Os preços estão retraídos desde abril de 2006, quando houve uma superoferta da segunda safra - 1,4 milhão de toneladas", explica Bento. A situação se agravou com a entrada da primeira safra - que começou em outubro, ofertando quantia recorde do carioca - 908 mil toneladas - e com baixa qualidade, o que acentuou a retração dos preços, conforme explica o analista. Com esse cenário de baixa, já se prevê queda de 12% na produção da segunda safra na comparação com a do ano anterior. A colheita de carioca deve atingir no Brasil 1,29 milhão de toneladas, ante os 1,46 milhão de toneladas da segunda safra de 2006. "Na terceira safra, que começa a ser colhida em agosto, a nossa estimativa é de que a produção caia de 860 mil toneladas para 825 mil toneladas", avalia. A engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), Margoreth Demarchi, também aposta nessa redução, apesar de os dados preliminares da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicarem aumento de área plantada de 1,3% (4,276 milhões de hectares) e produção 3,4% maior (3,58 milhões de toneladas). Segundo ela, nos últimos cinco anos, a oferta e a demanda por feijão no Brasil ficou muito justa - entre 3 milhões e 3,1 milhões de toneladas -, condição que se desequilibrou a partir de 2006, com a safra recorde de 3,58 milhões de toneladas. "O feijão é uma cultura que tem giro muito rápido. Algumas variedades produzem em 80 dias. Se o preço cai, o produtor responde com menor plantio, e vice-versa", afirma. O Paraná - maior produtor nacional com 23% do total - também seguirá a tendência. Segundo Margoreth os preços médios do carioca estão 45% menores que há um ano. Margoreth pondera que não é possível prever, neste momento, o plantio da primeira safra no Paraná - que tem participação maior do plantio de carioca. Mas, a segunda e a terceira safras terão áreas plantadas menores, 31% e 21%, respectivamente. Fabiana Batista Fonte: Gazeta Mercantil

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