O estudo “Aproveitamento integral dos resíduos da filetagem de tilápia e avaliação do impacto econômico” foi desenvolvido pela zootecnista Maria Julia Santa Rosa como base de sua dissertação de mestrado junto ao Centro de Aquicultura da UNESP (Universidade Estadual Paulista), campus de Jaboticabal, apresentada em agosto de 2009. A dissertação foi orientada pela pesquisadora Rose Meire Vidotti, do Instituto de Pesca (IP-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
As tecnologias estudadas por Maria Julia podem dar retorno financeiro ao produtor, gerando uma renda adicional mesmo quando houver variação das condições de produção. Preocupada com o impacto ambiental, uma vez que a aquicultura depende diretamente do meio ambiente, a zootecnista explica que, ao se enterrarem os resíduos de peixes, por exemplo, pode-se estar contaminando os lençóis freáticos, o solo etc. Além disso, uma indústria que aproveita apenas 30% de sua matéria-prima não pode ser considerada eficiente, admite. O estudo visa dar a produtores uma ideia do quanto pode ser agregado na produção de tilápia com a utilização de seus subprodutos.
Expansão
A produção de tilápias vem se destacando por estar em franca expansão. Empreendimentos de diferentes portes instalam-se no Brasil. A espécie destaca-se por apresentar manejo simples, adaptação às condições climáticas e custo de produção relativamente baixo, explica Maria Julia. Porém, o que torna a tilápia mais atrativa é a carne de boa qualidade, um filé magro, sem espinhos entremeados, e uma considerável aceitação pelo mercado consumidor, tanto nacional como internacional.
Uma vez em expansão, várias áreas relacionadas à produção de pescado são necessárias para o desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva. Em tal contexto, o processamento se torna peça fundamental para o desenvolvimento da cadeia, uma vez que a maioria das empresas foca sua comercialização somente em filés resfriados ou congelados, que representam 30% da produção.
Segundo Maria Julia, uma indústria que utiliza apenas um terço de sua matéria-prima torna-se insustentável. Os subprodutos são pouco aproveitados e, algumas vezes, descartados de forma incorreta.
Assim, o aproveitamento adequado dos resíduos gerados no processamento da tilápia surge como alternativa para tornar o setor mais sustentável ao longo da cadeia produtiva, resultando em melhorias econômicas, sociais e ambientais. O correto destino dos resíduos permite a geração de uma receita adicional para as plantas processadoras, adicionando-se novos produtos no mercado, evitando desperdícios e impacto ambiental. A zootecnista ressalta que tais alternativas são também viáveis para pequenas produções.
Links:
- Íntegra da notícia do jornalista Antonio Carlos Simões
- Ìntegra da dissertação, em “Dissertações e Teses, Outras Teses e Dissertações, Tecnologia do Pescado”
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