Brasil detém a melhor tecnologia da produção de vacinas contra febre aftosa
Data da postagem: 07 Novembro 2006
Para chegar a esse estágio, as vacinas passaram por longo processo de evolução tecnológica, que possibilitou a redução do numero de doses aplicadas, maior resposta imunitária e melhor relação custo-benefício para o pecuarista. Entre as décadas de 50 e 70, a fabricação da vacina seguia as tecnologias Waldman (inoculação do vírus da aftosa na língua de bovinos vivos em matadouros), Frenkel (inoculação do vírus em epitélio lingual extraído de bovinos) e lapinizadas (inoculação do vírus em coelhos neonatos). Eram denominadas aquosas e aplicadas a cada quatro meses.
Nos anos 70 surgiu nova e sofisticada tecnologia de produção a partir de cultivo celular, tendo como base a célula BHK (Baby Hamster Kidney), que permitiu a imunização do rebanho segundo os padrões internacionais.
Nos anos 80, outro grande avanço: a vacina oleosa, composta por emulsão simples de duas fases (a aquosa, onde está concentrado o vírus, e a oleosa responsável pela liberação lenta do antígeno). Potente e de longa duração de imunidade, permitiu reduzir de 3 para 2 vezes ao ano a vacinação de seu rebanho.
Atenção especial, porém, deve ser dada aos animais jovens, que devem receber a primeira dose aos quatro meses e revacinados em 90 dias. após essa primeira vacinação. Só assim pode-se garantir a boa imunização desses animais, questão, inclusive, objeto de discussões e dúvidas nos últimos episódios de focos de febre aftosa no País.
Os cuidados de conservação e aplicação são fundamentais para a boa imunização do rebanho. A vacina deve ser conservada entre 2ºC e 8ºC (temperatura de geladeira) até o momento da aplicação e administrada por via subcutânea ou intramuscular profunda no terço médio do pescoço do animal (dose de 5 ml) do bovino ou bubalino. Nunca se deve congelar a vacina. Assim, é fundamental o papel das revendas na qualidade das vacinas com o devido controle e registro permanente da temperatura.
Isso não é tudo: outros cuidados devem ser observados pelo pecuarista. Exemplos: não vacinar animais doentes, convalescentes, debilitados, cansados ou em mau estado de nutrição. Agulhas adequadas e cuidados de assepsia são fatores de sucesso da vacinação. Também é importante que a vacinação seja realizada de forma ordenada.
A vacina oleosa contra a febre aftosa passa por novo processo para evitar falsa interpretação de possível circulação de vírus no campo.
A tecnologia está disponível e os laboratórios já trabalham na sua implementação em parceria com o Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). (fonte: Gazeta Mercantil)