A situação dos estoques no mundo de atuns e peixes afins - os peixes-de-bico – foi discutida por cientistas de cerca de 40 países, que se encontraram no mês de outubro em Madri (Espanha). Os trabalhos aconteceram durante a reunião anual do Comitê Permanente de Pesquisa e Estatística, da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT), conta o pesquisador Alberto Ferreira de Amorim do Instituto de Pesca (IP-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A comissão tem por objetivo avaliar os dados biológicos e de captura e esforço aportados pelos diversos países membros da ICCAT. Com base nesses estudos, são feitas propostas para a adoção de medidas de ordenamento e conservação, necessárias para manter os estoques em níveis compatíveis com o rendimento máximo sustentável.
Há mais de 30 espécies de peixes pelágicos envolvidas nestes estudos, além da fauna acompanhante, relata Amorim. “Como atuns e afins são muito migratórios, é necessário que vários países discutam a situação dos estoques e as possíveis medidas a serem tomadas.”
O agulhão-negro, também conhecido como marlim-azul, é pescado praticamente por todos os países-membros da ICCAT, enquanto o atum-azul é capturado somente pelos países do Atlântico-Norte e do Mar Mediterrâneo, explica o presidente da ICCAT, engenheiro de pesca brasileiro Fábio Hazin, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). “Essas duas espécies estão sobre-explotadas mas não ameaçadas de extinção.” Os barcos de pesca de atum capturam também tubarões, espadarte, dourado, agulhão-vela (sailfish), agulhão-branco, bonito e cavala, dentre outros.
“Fauna acompanhante”
Além dos atuns, os cientistas preocupam-se em estudar a captura de outras espécies que vêm como fauna acompanhante no Atlântico e Mediterrâneo. Nesta categoria, incluem-se tubarões, dourados, agulhão-negro e branco (também conhecidos como marlim-azul e branco), agulhão-vela, tartarugas, pássaros marinhos, lula e outros peixes. Algumas destas espécies, como os albatrozes, petréis, tartarugas e alguns tubarões e raias, capturadas acidentalmente, são consideradas como vulneráveis à extinção, em perigo ou criticamente em perigo, na lista vermelha de animais ameaçados.
Com base em seu banco de dados, a ICCAT publicou uma lista de animais (que integram fauna acompanhante do Atlântico e Mediterrâneo) que incluiu 12 raias, 46 tubarões costeiros e 11 oceânicos, 105 peixes ósseos, cinco tartarugas, 37 pássaros marinhos e 26 mamíferos marinhos. “Portanto, para reduzir esse impacto, necessita-se de um maior e mais completo sistema de informações sobre a fauna acompanhante e as modificações que possam estar ocorrendo”, diz Amorim.
Pela primeira vez por solicitação da ICCAT, foi criado um grupo para discutir a pesca esportiva oceânica e a melhoria da coleta de dados. Sob a coordenação de Shannon Calay, da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), Amorim participou das discussões apresentando as características desta modalidade de pesca no Brasil, praticada em algumas cidades dos estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Os dados estatísticos indicam declínio dos peixes de bico, como o marlim-azul, o branco e o agulhão-vela. “Como a maioria dos torneios esportivos é da modalidade “pesque & solte” (catch & release), atribui-se esta diminuição à ação da pesca comercial, feita por barcos de pequeno porte no sudeste e sul brasileiro que, em busca do dourado, capturam marlins e agulhão-vela como fauna acompanhante”, explica Amorim.
Para diminuir esta captura, iniciou-se uma campanha liderada por pescadores esportivos do Iate Clube do Rio de Janeiro, com o apoio do Projeto Marlim, coordenado por Amorim e Eduardo Pimenta, este da Universidade Veiga de Almeida, campus Cabo Frio (RJ). A campanha visa implantar o uso do anzol circular na pesca comercial, para que os peixes da fauna acompanhante possam ser devolvidos com vida ao mar, conta Amorim. Também está sendo feita maior divulgação da proibição já existente da comercialização do marlim-azul e do branco, através da Instrução Normativa no 12/SEAP/2005.
Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail amorim@pesca.sp.gov.br ou pelo telefone (13) 3261-6571.
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