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IZ-APTA lança na Agrishow programa de pesquisa em sistemas de integração

O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) lança o Programa de Produção Animal em Sistemas de Integração (Propasi) durante a Agrishow, que será realizada de 27 de abril a 1º de maio de 2015, em Ribeirão Preto, interior paulista. O objetivo do programa é desenvolver uma pecuária intensiva, com sustentabilidade ambiental e respeito ao bem-estar animal. Durante a Feira, os visitantes do estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo poderão conhecer sistemas de integração, montados com leguminosas, eucaliptos e três raças de vacas: Holandesa, Jersey e Mestiço Girolando. O Instituto de Zootecnia é coordenado pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
De acordo com o coordenador da APTA, Orlando Melo de Castro, a Agrishow é importante para o programa científico dos Institutos e Polos de Pesquisa da APTA, pois os pesquisadores podem ter contato direto com os usuários das tecnologias, como os produtores rurais e as indústrias de máquinas e implementos agrícolas. “A oportunidade de mostrar junto ao público heterogênio da Agrishow, temos a oportunidade de mostrar a diversidade de tecnologias e soluções que a APTA desenvolve para o setor agropecuário. Nossas pesquisas não se restringem apenas as porteiras paulistas, mas podem ser adotadas pelos produtores do país todo”, afirma.
O Propasi tem o objetivo de identificar e avaliar sistemas de integração de produção em suas diferentes formas ou integrados entre si, demonstrando viabilidade técnica e econômica. O programa também prevê benefícios ecológicos e ambientais, como ciclagem de nutrientes, cobertura do solo, fixação de carbono, conservação do solo e da água, modificação do microclima, bem-estar animal, redução na emissão ou melhoria no balanço de gases de efeito estufa, além de produção orgânica.
O programa, coordenado pelo IZ-APTA, irá desenvolver pesquisas em quatro diferentes tipos de sistema de integração: lavoura-pecuária-floresta, lavoura-pecuária, silvipastoril e recuperação de áreas degradadas com o uso de leguminosas. Segundo o pesquisador do IZ-APTA e coordenador do programa, Enilson Geraldo Ribeiro, a importância do lançamento do Propasi está na junção de esforços para o desenvolvimento de projetos de pesquisas na área. “Com o lançamento do Propasi, agregamos todas as pesquisas realizadas pelo IZ-APTA na área de integração e caminhamos juntos para o desenvolvimento desses trabalhos”, afirma. O Instituto de Zootecnia já tem experiência no desenvolvimento de programas de pesquisa, a exemplo do Programa de Bovinos de Corte, referência no Brasil em pesquisas agropecuárias.
Estão integrados ao Propasi projetos que envolvem quatro diferentes tipos de sistema de integração, em fase inicial de pesquisas. Um dos trabalhos já em desenvolvimento no programa é a pesquisa inédita com o uso da madeira de lei, mogno africano. O objetivo é verificar a melhor forma de integração da floresta com a pecuária. “Nesse trabalho estamos avaliando se é melhor inserirmos os animais enquanto as árvores ainda estão em fase de crescimento, isolando-as com cercas elétricas, ou se o custo-benefício é melhor se esperarmos as árvores de mogno africano terem dois anos, para integrarmos com os animais”, afirma. Até os dois anos, as árvores podem sofrer estragos causados pelos animais, daí a importância dessa avaliação. O ineditismo do trabalho também está no uso da madeira de lei exótica, com alta qualidade.
As pesquisas que integram o programa, até agora, são desenvolvidas em parceria com o Instituto Florestal, a empresa Mudas Nobre, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” (Esalq/USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Entenda como funcionam os sistemas de integração
Segundo Enilson Geraldo Ribeiro, os sistemas de integração produzem intensivamente animais para pecuária de leite e de corte, com agregação de lavouras e florestas, dependendo da escolha dos produtores rurais. Para Ribeiro, os sistemas de integração trazem benefícios econômicos e ambientais, além de melhorar bem-estar animal. Os ganhos econômicos ocorrem porque em uma mesma área é possível ter diversos tipos de renda, como a venda de madeira, a produção de carne e leite e de grãos. “Na época de estiagem, por exemplo, quando falta alimento para os animais por conta da diminuição das chuvas, os produtores podem usar os próprios grãos produzidos no sistema para a alimentação, sem necessidade de compra”, explica o pesquisador.
A questão ambiental está diretamente ligada à produção em uma mesma área. “Quando se produz diversas coisas em um mesmo espaço, não há a necessidade de abertura de novas áreas, o que acarreta em menor desmatamento”, afirma Ribeiro. O uso de sistemas de integração também agrega melhorias ambientais ao sistema, além do uso de técnicas como o plantio direto, em que determinada cultura é plantada sobre a palhada das pastagens, reduzindo a interferência no solo e, consequentemente, a erosão. “Isso impacta também na preservação dos recursos hídricos”, afirma.
Segundo Ribeiro, nos sistemas onde há plantio de árvores, ocorre uma melhora na ambiência animal, devido a uma maior disponibilidade de sombra e quebra das correntes de ventos.
O pesquisador do IZ-APTA explica que no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, a lavoura é cultivada em conjunto com a floresta, até as árvores atingem tamanho suficiente para abrigar os animais. Quando isso acontece, em cerca de dois anos, a produção de grãos é totalmente excluída e começa a se cultivar pastagem para os animais. No sistema lavoura-pecuária, há o cultivo de espécies alimentícias em conjunto com plantas forrageiras, usadas para alimentação animal. Após a colheita, colocam-se animais que são alimentados com as forrageiras nos períodos de estiagem. Os produtos colhidos nas lavouras, quando não utilizados na propriedade, podem ser vendidas.

O sistema silviopastoril integra a produção de carne e leite ou em conjunto com florestas. O de recuperação de pastagem envolve o uso de leguminosas para fixação de nitrogênio no solo, recuperando áreas que serviram para alimentação animal. Essas leguminosas, além de melhorarem o solo, podem ser usadas para a nutrição do gado. “Estamos testando diversas leguminosas, do banco de germoplasma do IZ-APTA, para sabermos qual a melhor opção para os produtores”, afirma Ribeiro.

 

Texto: Carla Gomes (MTb 28156) e Fernanda Domiciano
Contato durante a Agrishow:
Fernanda Domiciano: 19 – 9.9269-9138
Assessoria de Imprensa APTA: 19 – 2137-0616/0613

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