APTA e Fapesp reúnem-se para tratar da pesquisa agropecuária
no Estado
Data da postagem: 29 Outubro 2007
Amanhã, 30, APTA e Fapesp reúnem-se para tratar da pesquisa agropecuária
no Estado
APTA foca gestão da pesquisa agrícola em ações de interação com o setor
produtivo e na proteção intelectual de tecnologias
O encontro da pesquisa agropecuária com o financiamento. Avaliar temas e
caminhos por onde deverá transitar o conhecimento, a fim de unir as
demandas aos investimentos disponíveis. Com o objetivo de expor os grupos
temáticos da pesquisa agropecuária no Estado de São Paulo, com foco nas
perspectivas dessa área científica, o coordenador da APTA (Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), João Paulo Feijão Teixeira, irá
palestrar no seminário "Demandas para um programa de pesquisas dirigidas
ao agronegócio paulista", na próxima terça-feira, 30, às 14h, em São
Paulo. No encontro, o diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique de Brito Cruz, falará
sobre "A importância da pesquisa para São Paulo liderar o agronegócio no
hemisfério sul". O objetivo do evento é eleger temas de interesse para o
agronegócio paulista, sintonizados com as políticas públicas estaduais.
Participarão do seminário também o Vice-Governador e Secretário de Estado
do Desenvolvimento, Alberto Goldman, e Secretários de Estado de outras
pastas, além de reitores das universidades paulistas e do presidente da
Fapesp, Celso Lafer.
O coordenador da APTA irá abordar temas como biodiversidade e
sustentabilidade ambiental da agropecuária paulista, sistemas de defesa
sanitária vegetal e animal, zoneamento agrícola e monitoramento
agrometeorológico e rastreabilidade. A bioenergia estará em debate com
foco em tecnologias para aproveitamento de biomassa, novas variedades de
cana-de-açúcar adequadas à colheita crua e equipamentos que melhorem a
produtividade das colhedeiras de cana crua. Aspectos da segurança
alimentar serão tratados sob enfoque da qualidade de alimentos,
características nutricionais, embalagens e aumento de vida útil dos
produtos. Sanidade animal e vegetal e avaliação de organismos
geneticamente modificados também estão na pauta. Com grupo recém criado na APTA sobre a aplicação de nanotecnologia à cultura da soja, esse tema
também fará parte da palestra. Serão abordadas a conservação utilização de
recursos genéticos mantidos pelas instituições de pesquisa, como o banco
de germoplasma de café, do IAC-APTA, onde foi encontrado o café
naturalmente descafeinado, e o banco de germoplasma de citros, também do
Instituto Agronômico, que constitui o maior banco do mundo. A preservação
desses patrimônios genéticos é fundamental para a continuidade das
pesquisas em melhoramento genético, que viabilizam a sustentabilidade das
diversas culturas no campo.
Com esse perfil de encontro, deverão estar presentes representantes das
instituições de pesquisa e de universidades do Estado - USP, Unesp e
Unicamp. Esperam-se também os seis institutos ligados à APTA: Instituto
Agronômico, Instituto Biológico, Instituto de Economia Agrícola, Instituto
de Pesca, Instituto de Tecnologia de Alimentos, Instituto de Zootecnia,
além dos pólos de pesquisa da APTA, sediados em 15 localidades do Estado
de São Paulo - Jaú, Ribeirão Preto, Pindorama, Andradina, Adamantina,
Presidente Prudente, Assis, Piracicaba, Capão Bonito, Pariquera-Açu,
Pindamonhangaba, Monte Alegre do Sul, Colina e Votuporanga.
Interação com o setor e ação regional
O coordenador da APTA, João Paulo Feijão Teixeira, tem valorizado uma
dinâmica de gestão voltada para a interação entre a pesquisa, o setor
produtivo e as agências de fomento. Com essa finalidade, Feijão tem
participado de encontros com pesquisadores, produtores e representantes
das esferas privada e pública ligados ao agronegócio, em diversas regiões
do Estado, onde estão os pólos de pesquisa da APTA. "Nesses encontros há a
possibilidade de disponibilizar resultados já gerados na pesquisa e de
estabelecer novas programações de estudos direcionados a problemas ainda
não superados", diz Feijão.
No mês de outubro, o coordenador esteve em Presidente Prudente para tratar
de atividades destinadas à transferência de tecnologias para pequenos
produtores. A região do Pontal de Paranapanema - que reúne cerca de cem
assentamentos e 5.450 famílias assentadas - tem grande necessidade de
tecnologia agrícola. Daí a relevância desse tipo de interação, já que a
necessidade de aproximação com as instituições que geram soluções para o
agronegócio é ainda maior entre os pequenos produtores, que dispõem de
menor recurso para ir em busca das tecnologias ou para contratar
profissionais. "Além de transferir resultados gerados pela pesquisa, a
APTA contribuirá, por exemplo, com a instalação de campos de demonstração
e treinamento de técnicos, que farão a difusão da tecnologia", diz Feijão
sobre a atividade em Presidente Prudente.
O objetivo do coordenador é que os pólos APTA de pesquisa tenham um
carro-chefe que oriente a programação científica. A organização de temas
de pesquisas em grupos deve ser estendida para todas as unidades da APTA.
Está em fase de conclusão o preparo de programas de pesquisas por cadeias
produtivas. A idéia é reunir os estudos de todos os seis institutos e dos
15 pólos em programas. Isso contribuirá para melhorar a captação e a
aplicação de recursos. "Ao invés de vários pequenos projetos, teremos um
amplo programa de bioenergia, por exemplo", esclarece Feijão. Em cada
programa haverá um pesquisador líder, que fará a interação com toda a
equipe de trabalho dentro da APTA.
Avaliação socieconômica dos impactos das tecnologias
No próximo dia 31 de outubro, em Campinas, pesquisadores da APTA terão
treinamento sobre sistema de avaliação do impacto socioeconômico das
tecnologias desenvolvidas. A capacitação será feita por profissionais da
Embrapa, em três módulos. No dia 31, será desenvolvido o primeiro deles.
Com o aprendizado, os pesquisadores da APTA que participarão do curso,
todos com atuação na área de economia, poderão aplicar uma metodologia já
aplicada no agronegócio. "Vamos formar competências para dar suporte às
unidades da APTA", diz Feijão. Para o coordenador, a importância de
retratar o impacto socioeconômico está também na valorização da pesquisa
agropecuária frente aos órgãos financiadores. Essa análise poderá ser
favorável também para o estabelecimento de parcerias com o setor privado.
Núcleo de Inovação Tecnológica
No movimentado e competitivo cenário do agronegócio, a APTA está voltando
atenção para a proteção das tecnologias. No último dia 25 foi aprovado
decreto que cria o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) na APTA. Esse
Núcleo estará direcionado para a guarda e administração dos direitos de
propriedade intelectual resultantes das ações de pesquisa, preservando os
direitos da proteção de cultivares, propriedade industrial e direito
autoral. O NIT também irá formular, gerenciar e executar a política
institucional de estímulo à proteção das criações, licenciamento, inovação
e outras formas de transferência de tecnologia. "Cria-se mais um
instrumento no âmbito na propriedade intelectual, que facilita o
estabelecimento de parcerias e o investimento na atividade científica",
afirma João Paulo Feijão Teixeira. O decreto que cria o NIT foi aprovado
pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e já foi protocolado para
edição do decreto pelo Governador.
SERVIÇO
Seminário: Demandas para um Programa de Pesquisas Dirigidas ao Agronegócio
Paulista
Data: 30 de outubro, às 14h
Local: Salão Nobre da Secretaria de Agricultura e Abastecimento - Avenida
Miguel Stefano, 3900, Água Funda - São Paulo, Capital
Por Carla Gomes (MTb 28156)