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Técnico de Moçambique visita o IAC para conhecer tecnologia de propagação de batatas

O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, recebeu a visita do técnico do Instituto de Investigações Agrárias de Moçambique (IIAM), Seninho Julio Rodrigues, para conhecer o processo de plantio de batatas, por meio da tecnologia gerada pelo IAC, chamada “broto/ batata-semente”. O moçambicano permaneceu no IAC ente 10 a 14 de junho.
O técnico do IIAM visita o IAC, indicado pelo diretor do Programa Batata do IIAM. “Essa visita é a consagração de um trabalho de transferência de tecnologia”, afirma José Caram de Souza Dias, o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que esteve no país africano em 2010 apresentando a tecnologia.
 Durante os dias de permanência no IAC, Rodrigues acompanhará o plantio de mais de 35 mil brotos de batata-semente, em um telado do IAC, em Campinas. Rodrigues está no Brasil veiculado à Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp/Botucatu). “Moçambique produz muita batata e problemas semelhantes dos brasileiros. Conhecemos a tecnologia do broto/ de batata semente em 2010, em uma palestra realizada pelo IAC e, agora, com a minha vinda ao Brasil, vou poder acompanhar o trabalho mais de perto para transportar a Moçambique”, afirma Rodrigues.
 Entenda a tecnologia do broto de batata-semente
Um telado antipulgões ou campo certificado e alguns dos brotos destacados da própria batata (tubérculo/ batata semente) é tudo que o bataticultor precisa para produzir batata-semente mais barata e de forma sustentável.
Dentre as vantagens da produção de batata-semente, a partir do broto, está a redução do risco de introdução de pragas do solo que, segundo Caram, podem estar na epiderme dos tubérculos da batata-semente. “Se comparado à plântula, originada de técnicas de cultura de tecidos in vitro, os brotos têm maior fidelidade genética e menor custo de obtenção. Quanto à sanidade, sendo os brotos destacados de tubérculos livres de vírus, estes estarão igualmente sadios”, explica o pesquisador.
A tecnologia também possibilita aproveitar centenas de toneladas de brotos destacados de lotes de batata-semente básica, que são descartados pelos bataticultores anualmente. A tecnologia garante redução de custos de frete internacional, pois o broto pesa de oito a 12 vezes menos que os tubérculos.
Para a produção certificada de batata-semente a partir do broto o produtor precisa de um telado para o plantio e câmara fria para o armazenamento dos brotos e minitubérculos gerados. O custo de um telado de 300 a 600 m2 pode variar de R$ 15 mil a R$ 40 mil. O investimento pode parecer grande, mas o retorno é promissor, o custo da produção de minitubérculos/batata-semente, após a aquisição do telado, é menor. O produtor pode vender mais barato e ainda assim ter lucro satisfatório. “Ao invés de descartar o broto, o bataticultor pode utilizá-lo para a produção de um lote de tubérculo/batata-semente certificado, de alta sanidade e a baixo custo, pois não gastou com a compra do material de propagação”, defende o pesquisador.  
A produção de material de propagação a partir do broto da batata também pode ser considerada sustentável. Segundo o pesquisador, de um único produto, ou seja, um tubérculo/batata-semente de 35 a 60 centímetros de diâmetro, é possível destacar até quatro brotos. O resultado é o aumento da taxa de multiplicação em até 100%, pois cada um desses brotos plantados produz, em média, três novos mini tubérculos. Aumenta-se a produção de batata-semente sem aumentar a área de cultivo, uma vez que os brotos são subprodutos naturais, e sem afetar a produtividade dos tubérculos, que rebrotam. “Faz-se uso de recursos da própria atividade de produção, favorecendo o ambiente e o agronegócio, que tem tido grande demanda na forma de agricultura sustentável”, afirma o pesquisador.
Texto: Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – IAC

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