O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista subiu 2,65% na segunda quadrissemana de junho, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O índice geral foi puxado principalmente pelos produtos animais cujo índice aumentou 5,06%. Já o índice dos produtos de origem vegetal fechou com variação positiva de 1,68%.
As altas mais expressivas foram verificadas nos preços da carne de frango (12,14%), do feijão (11,60%), do leite tipo C (9,84%), do algodão (9,52%), dos ovos (8,75%) e do milho (6,79%). “A retração da produção de carne de frango pelos produtores fez diminuir a oferta do produto no mercado, motivando assim o aumento nas cotações no período, também pressionadas, do lado dos custos, pelas elevações dos preços da soja e do milho”, dizem os autores da análise.
Em relação ao feijão, a estiagem na região Sul do Brasil provocou redução na safra anunciada em mais de 16% e os preços reagiram com maior intensidade, observam os pesquisadores Eder Pinatti, José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves e Luis Henrique Perez. Entretanto, os preços estão bastante inferiores aos verificados no mesmo período de 2008. “Logo, tem-se ainda um processo de recuperação da rentabilidade dessa lavoura.” Mas a curva de preços deve ser ascendente por mais tempo, porque o atual patamar de preços se mostra pouco atrativo para plantios irrigados de inverno.
No caso dos leites (principalmente o tipo C), as altas nas cotações devem-se à diminuição da oferta do produto, dizem os técnicos do IEA. As pastagens estão com baixa qualidade pela falta de chuva em algumas regiões (Centro Sul) e pelo excesso em outras (Norte-Nordeste). A redução da oferta levou os laticínios a produzir leite UHT pagando “preços cota”, dada à não-existência de leite excedente “preços extra-cota” que são menores. Assim, notam-se elevados aumentos no varejo do leite UHT (“caixinha’), embora o leite pasteurizado (“saquinho”) e o leite em pó não tenham apresentado aumento tão expressivo.
Quanto ao milho, houve recuo da situação vivida em 2008, quando as exportações brasileiras do produto foram relevantes, dizem os pesquisadores. “A queda dos preços internacionais vem sendo compensada pela retomada do consumo interno, pressionado pela quebra da safra de verão. Mas tendo partido de patamares muito baixos têm-se nos aumentos recentes um processo de acomodação rumo à normalidade dos preços internos.”
As quedas mais significativas foram verificadas nos preços da banana (8,87%), do amendoim (8,74%), da carne suína (7,54%), do tomate para mesa (5,35%) e do arroz (2,10%).
A evolução dos índices quadrissemanais de preços mostra recuo em relação à quadrissemana anterior de 0,2 ponto percentual para o índice geral e de 1,5 ponto percentual para o índice de produtos vegetais. “Este recuo deve-se em grande parte à acomodação da cotação da cana-de-açúcar que, apesar da variação positiva, ficou bem abaixo das variações anteriores.” Para o índice de produtos animais, a tendência é de continuidade na alta, “porém agora com maior intensidade em relação a última quadrissemana, ficando 3,0 pontos percentuais acima”, concluem os pesquisadores do IEA.
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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