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O planejamento do plantio é necessário para iniciar o cultivo de maracujá, recomenda APTA

Os pesquisadores dos Polos Regionais de Adamantina e Presidente Prudente da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) apresentaram aspectos a serem considerados antes da implantação da cultura de maracujá. O planejamento, considerando alguns cuidados importantes, auxilia o produtor a atingir a produtividade e qualidade desejadas.
Segundo a recomendação, existem sete aspectos que são os principais a serem abordados antes da implantação, que são a escolha da área, o manejo antes da implantação da cultura, análise e preparo do solo, instalação de quebra-vento, escolha de cultivar e aquisição de mudas.
Na escolha da área, deve-se observar uma que possua boa drenagem, solos de adequada fertilidade, que não apresentem camada impermeável, pedregosa ou endurecida, a menos de dois metros de profundidade.
“O produtor deve escolher, quando possível, uma região em que não haja ocorrência de morte prematura de plantas”, diz o pesquisador do Polo Regional de Adamantina da APTA, José Carlos Cavichioli. Essa doença, associada a fungos do solo, bactérias e nematóides, dizima rapidamente as plantas quando entram em produção. Segundo o pesquisador, caso seja comprovado esse histórico, é recomendado o uso de mudas enxertadas. A enxertia é uma técnica adotada apropriada para solucionar problemas fitossanitários do terreno.
“Além disso, orienta-se a nunca realizar plantios novos próximos de pomares em produção, contendo plantas com sintomas de vírus do endurecimento dos frutos. O conselho é sempre utilizar áreas tão distantes quanto possível dos pomares anteriores”, diz Cavichioli.
Quando a extensão a ser implantado o pomar for definida, recomenda-se que uma adubação verde seja realizada, já que aumenta a capacidade produtiva do solo, ajudando na recuperação de áreas degradadas, melhora algumas características de solos com baixa fertilidade, aumenta a capacidade de armazenamento de água, fornece nitrogênio fixado da atmosfera, reduz a amplitude da variação térmica diuturna, protege contra os agentes erosivos, como chuva e vento, aumenta o teor de matéria orgânica e intensifica a atividade biológico do solo.
Essa adubação consiste no cultivo de plantas capazes de melhorar as condições químicas, físicas e biológicas do solo. “O produtor pode utilizar gramíneas e, de preferência, leguminosas, que possuem capacidade de fixar o nitrogênio da atmosfera, trazendo este nutriente para o solo, disponibilizando-o para as plantas”, diz o pesquisador do Polo Regional de Presidente Prudente da APTA, Nobuyoshi Narita.
Também indica aos produtores realizarem uma análise do solo. Para isso, uma amostra do solo deve ser coletada e encaminhada a um laboratório para determinação de suas características químicas. “O produtor pode encaminhar para diversos laboratórios existentes no Estado de São Paulo, incluindo o do IAC, que é referência no País”, diz Cavichioli. Com os resultados, o produtor saberá da necessidade da correção do solo e as quantidades de nutrientes a aplicar no plantio e nas adubações de cobertura do maracujá.
Para o preparo do solo, pode-se realizar o preparo convencional, com aração e gradagens, realizando em seguida a sulcação, que é onde será depositado o adubo. “Entretanto, atualmente, orienta-se a utilizar o plantio direto ou o cultivo mínimo, que reduzem os riscos de erosão e contribuem para a conservação dos solos”, diz Narita. Para o plantio direto, aplica-se um herbicida nas linhas de plantio e, após a dessecação, faz a abertura das covas e dos sulcos, mantendo as entrelhinhas apenas roçadas.
De acordo com os pesquisadores, o vento é altamente prejudicial ao maracujazeiro, já que, dependendo da sua velocidade, pode prejudicar o crescimento da planta até o fio de arame do sistema de sustentação, possibilita a quebra de plantas em formação, em alguns casos, causa o tombamento de linhas inteiras da cultura e também pode ocasionar lesões nas folhas, que facilitam a entrada de algumas doenças.
“Assim, antes da implantação do pomar, é necessário providenciar o quebra-vento, que poderá ser feito com o capim Napier, em três laterais ao redor, e também dentro da área com maracujá. Entretanto, não se deve fechar totalmente a plantação e um lado deve ser deixado sem o quebra-vento”, diz Narita.
Para a implantação, o produtor deve escolher entre as diversas cultivares de maracujá disponíveis no mercado. Entre elas, as desenvolvidas pelo IAC, que comercializa as sementes no instituto. “As cultivares são híbridos selecionados para qualidade de fruto e produtividade. As cultivares IAC 273 e IAC 277 são destinadas ao mercado de frutas frescas, enquanto o IAC 275 é mais indicada para a agroindústria, pois produz frutos de casca muito fina, coloração interna alaranjado-intensa e teor de sólidos solúveis totais superior. Assim, as cultivares possuem características interessantes na obtenção de sucos e néctares”, diz a pesquisadora do IAC, Laura Maria Molina Meleti.
Para a aquisição de mudas, o produtor pode produzi-las a partir de sementes selecionadas e/ou adquiridas de viveiros credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e inscritas no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem).
“Caso o produtor queira formar suas próprias mudas, ele deve-se atentar para que o viveiro fique longe de pomares comerciais e de plantas adultas que possam transmitir doenças, seja utilizada tela antiafídeo, como forma de evitar a transmissão do vírus do endurecimento dos frutos, que o local seja de fácil acesso, perto de água de boa qualidade em terreno levemente inclinado, para evitar encharcamento, e que seja utilizado quebra-vento”, diz Laura.
As mudas de maracujá advindas de sementes são formadas por dois processos, o tradicional, em que as mudas vão para o campo com cerca de 30 centímetros nos meses de março e abril, coincidindo com o período de produção da safra anterior, aumentando as chances de infecção precoce da planta, que resulta em queda de produtividade e qualidade do fruto, e o sistema de “mudão”, onde são produzidas mudas de porte alto, que são levadas para o campo com mais de 1,5 metro de altura em agosto, após a colheita e eliminação da cultura anterior, com o objetivo de quebrar o ciclo da doença e produzir o maracujá nos meses de dezembro a março, período de maior demanda do suco da fruta.
“Para a produção, é importante utilizar sementes novas, que foram colhidas em até seis meses, e recomenda-se utilizar substrato industrializado, a base de casca de madeiras e vermiculita, um material a base de mineral que atua como condicionador de solo, permitindo mais aeração com boa retenção de água, e que é utilizado como substrato na produção de mudas, para reduzir problemas com doenças de solo e nematóides”, diz Laura.
“A transmissão de conhecimento e técnicas de cultivos adequados é uma das diretrizes propostas pelo governador Geraldo Alckmin para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. As pesquisas da APTA para a produção de maracujá seguem essa recomendação ao incentivar o planejamento antes da implantação dos cultivares da fruta”, diz Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Por Giulia Losnak (estagiária)
Assessoria de Imprensa - APTA
19 2137-8933

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