O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, subiu 0,57% em abril, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O maior aumento ocorreu no grupo de produtos de origem vegetal (0,68%), enquanto os preços dos produtos de origem animal subiram abaixo do índice geral, ou seja, 0,27%.
No acumulado de 12 meses, o índice geral registrou alta de 7,69%, patamar este sustentado pelos maiores preços da cana-de-açúcar (+24,76%). Tanto que sem a cana o índice é negativo em 5,94%. O grupo de produtos de origem vegetal sofreu alta de 9,92% no período de um ano, enquanto os preços do grupo de produtos animais apresentaram evolução negativa de 0,68%.
Em abril, as altas mais significativas ocorreram nos preços da batata (45,27%); da banana nanica (17,16%); da soja (9,53%); do trigo (5,75%) e da laranja para mesa (4,11%). Uma quantidade excedente de batata entre fevereiro e março, por conta do verão seco no início de 2012, fez com que muitos produtores atrasassem suas colheitas para o começo de abril, esperando por preços remuneradores, dizem os pesquisadores Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves.
Já a banana foi beneficiada pela retomada das compras para a merenda escolar, associada às temperaturas amenas do outono (que estimulam o consumo). Por sua vez, a soja é contemplada com os recentes impulsos de desvalorização da moeda brasileira e a manutenção da demanda chinesa, aliados à dificuldade de recuperação dos estoques, no curto prazo, e à menor safra do grão prevista para 2012.
No caso do trigo, as cotações passam a ser nominais, visto que os vendedores (que conseguem exportar) estão ofertando o produto a um valor superior aos que os compradores (bem abastecidos) estão dispostos a pagar. A desvalorização da moeda brasileira e a oficialização de compras governamentais, através de leilões, consolidaram este quadro.
Por fim, as cotações da laranja para mesa sofrem impacto da maior demanda do produto para sucos, associada à menor oferta e ao final da colheita de outras frutas.
As quedas mais relevantes foram verificadas nos preços do tomate para mesa (29,98%); da carne suína (11,06%); do milho (7,43%); do amendoim (5,82%) e do café (4,92%).
Acumulado de 12 meses
Na variação de preços entre abril de 2011 e abril último, os maiores incrementos ocorreram na banana nanica (54,59%); cana-de-açúcar (24,76%); soja (21,14%); leite C (18,55%); leite B (14,09%) e arroz (10,09%), todos em patamares mais elevados que a inflação medida pelo IPCA-IBGE. Já reduções de preços foram verificadas em tomate para mesa (-63,27%); laranja para mesa (-43,46%); café (-25,06%); carne suína (-18,41%); milho (-10,75%); amendoim (-8,60%); trigo (-8,14%); ovos (-5,88%); carne bovina (-4,99%) e carne de frango (-0,93%).
Em síntese, nos últimos 12 meses, um conjunto de seis produtos (entre 16 pesquisados) apresenta preços atuais maiores; outro conjunto de produtos, preços inferiores. Assim, a maioria dos preços agropecuários mostrou queda quando comparada com as cotações do ano anterior, dizem os analistas do IEA. Mas apresentaram elevação aqueles produtos mais expressivos, como proporção do valor da produção agropecuária paulista. Para a maioria dos produtos agropecuários, entretanto, os preços são menores, colaborando para a queda dos índices inflacionários.
A íntegra da análise está disponível http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=12360
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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