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IAC realiza seminário sobre Conservação do Solo e Proteção de Recursos Naturais

O Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou o X Seminário de Conservação do Solo e Proteção de Recursos Naturais, no dia 17 de abril de 2018, na sede do IAC, em Campinas. O objetivo foi difundir informações sobre a agricultura conservacionista, apresentando estudos de casos relacionados com diferentes situações e aplicações técnicas para manejo de solo, controle da erosão, recuperação e proteção de recursos naturais. O evento ocorreu em homenagem ao Dia Nacional de Conservação do Solo, comemorado em 15 de abril. Neste ano, o IAC completou 75 anos de desenvolvimento de pesquisas em conservação do solo.

Os temas abordados nesta edição do evento envolvem as ações de assistência técnica e extensão rural no sentido de reforçar suas práticas e importância. “O IAC possui o projeto plantio direto como instrumento para a sustentabilidade, que buscar consolidar e propor um conjunto práticas de manejo conservacionista, que precisa estar associado às diretrizes para assistência técnica e extensão rural em conservação do solo e água”, disse Isabella Clerici De Maria, pesquisadora do IAC.

Durante sua apresentação, a pesquisadora também comentou sobre a importância do desenvolvimento agrícola, sem perder o foco na questão ambiental. “A erosão sempre foi um problema, mas há práticas eficientes. O controle da erosão de forma abrangente precisa de políticas públicas”, completou.

O pesquisador do IAC Afonso Peche Filho abordou a necessidade do plantio direto como técnica de manejo para combater a erosão. Para ele, a agricultura tropical passa por transformações conceituais e sofre pressão por mudanças para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Em sua apresentação, Peche falou sobre a importância do sistema conservacionista. “As bacias hidrográficas são um conjunto de propriedades agrícolas; a partir da delimitação das atividades agrícolas do local das bacias hidrográficas é possível estabelecer as práticas mais adequadas”, disse.

O pesquisador comentou sobre a perda de solo ocorrida no cultivo de algumas espécies, como mandioca e soja. Na cultura da soja, a perda de solo, ocorrida em sistema convencional, pode chegar até 20 toneladas por safra. Mesmo com alta produtividade pode-se perder mais do que dois quilos de solo, por quilo de soja produzida. Com a cultura da mandioca, essa relação pode ser ainda maior se for mantida a média nacional que é em torno de 12 toneladas por hectare com uma perda potencial de 34 toneladas. “Isso é uma perda desproporcional”, afirmou Peche. Segundo Isabella Clerici, a perda aceitável varia com o tipo de paisagem, com os serviços ambientais produzidos na área e as necessidades socioeconômicas locais, mas em média é de aproximadamente seis toneladas.

Os palestrantes trouxeram para a discussão conceitos para definição de assistência técnica, que envolve orientações de acordo com as características culturais e locais, possibilitando uma intervenção educativa e transformadora. O público teve acesso também a informações sobre as diretrizes básicas de assistência técnica. Segundo estas, toda forma de ocupação e uso da terra deve ser repensada sob o ponto de vista da hidrologia e da vulnerabilidade erosiva, tendo como norma o Decreto nº 41719, de 16/04/1997, que trata do uso, conservação e preservação do solo agrícola no Estado de São Paulo. “As diretrizes básicas de assistência técnica orientam para atividades conservacionistas na propriedade como um todo”, afirma Isabella.

As diretrizes formuladas contribuem efetivamente para implantação do sistema plantio direto como ferramenta para a sustentabilidade de forma transversal, apoiando a recuperação de áreas degradadas, a consolidação da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a recuperação/restauração florestal com Sistemas Agroflorestais.

Os palestrantes apresentaram resultados e experiências no âmbito de projetos de políticas públicas da Secretaria da Agricultura, como o projeto Integra e os projetos Nascentes, enriquecendo o debate sobre os meios para se controlar a erosão e difundir a prática da agricultura sustentável entre os produtores.

No encerramento do evento, o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Francisco Jardim, ressaltou a importância das práticas conservacionistas e a transferência do conhecimento para os produtores. Jardim citou os investimentos em pesquisa de agricultura tropical nas últimas décadas para o salto de produtividade que o País obteve. "Hoje, o Brasil é o quinto maior produtor agrícola graças aos anos de investimentos em pesquisa de agricultura tropical”, disse.

Fotos disponíveis no link https://goo.gl/KExbSA

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