Data da postagem: 08 Junho 2007
Controle eficiente de doenças do feijoeiro depende de pulverização no momento certo e da maneira correta
A aplicação incorreta de produtos químicos na lavoura não apenas não controla a praga, como traz riscos de contaminação ao ambiente. Além disso, há outro problema: o produtor acaba gastando mais por causa do desperdício do produto e ineficiência da aplicação.
Quando o produtor não tem sucesso com o controle químico de determinada doença ele troca de produto, quando deveria reavaliar os critérios de aplicação, diz o pesquisador científico José Maria Fernandes dos Santos, do Instituto Biológico, da Secretaria de Agricultura de São Paulo.
Santos, que orienta produtores sobre como aplicar defensivos químicos com economia e eficiência, desenvolveu uma pesquisa de campo sobre controle do mofo branco em feijoeiros. Segundo ele, o ideal é entrar com a pulverização no momento certo e da forma correta. O produtor tende a dar prioridade à quantidade de calda aplicada, sem considerar se o produto está atingindo o alvo.
TESTES
Resultados dos testes a campo feitos pelo pesquisador mostram que utilizando 500 litros de fungicida/hectare, em vez de 1000 litros/hectare no controle do mofo branco, o produtor tem rendimento diário (8 horas) de 14,8 hectares, ante 7,4 hectares de rendimento com o dobro de volume de calda. Além disso, como o rendimento aumenta, o número de reabastecimentos cai de 6 para 2 paradas, o que significa economia de tempo e aumento de eficiência, afirma Santos.
Os testes comparativos também apontaram a redução pela metade do custo de pulverização por hectare. Caiu de R$ 64,18 para R$ 32,09, conta. O custo de pulverização por saca também baixou. Com uma produtividade de 50 sacas/hectare, diminuiu de R$ 1,28 para R$ 0,64. Mostrar esses resultados para o produtor estimula o investimento em tecnologia de aplicação, acredita o pesquisador. Com a redução do volume de calda, há também a vantagem da economia de água.
No caso do mofo branco, Santos diz que aparece de 40 a 60 dias após o plantio e pode provocar perdas de até 100%. A primeira pulverização deve ser preventiva, na época de abertura das primeiras flores. Depois, até a formação das vagens, é feita mais uma aplicação. Para ter economia é essencial ter assistência técnica profissional.
Equipamentos devem ser bem regulados
O pesquisador José Maria Fernandes dos Santos, do Instituto Biológico, explica que a falta de sucesso na pulverização normalmente está ligada a equipamentos mal regulados e inadequados. 'Uma simples troca de bicos faz uma enorme diferença', afirma, destacando que a recomendação técnica é fazer a pulverização em condições de temperatura abaixo de 30 graus e umidade do ar acima de 50%.
Segundo Santos, como o produtor está acostumado a utilizar grande quantidade de calda, ele 'lava' a planta. 'O correto, porém, é garantir a deposição da gota na quantidade certa e no lugar certo', ensina. 'A aplicação de fungicidas em volume menor e mais concentrado pode ser eficiente. É possível reduzir pela metade o volume de calda e ainda assim obter ótimos resultados', garante. Produtores que investem em tecnologia de aplicação conseguem diminuir o uso de até 30 litros/hectare em pulverização aérea. Os que utilizam trator podem reduzir o volume aplicado em até 500 litros/hectare.
INFORMAÇÕES: Instituto Biológico, tel. (0--11) 5087-1701