O Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, recebeu dois dos três prêmios concedidos pela 8ª Conferência Europeia de Vestimentas de Proteção, que aconteceu entre os dias 7 e 9 de maio, em Portugal, pelos resultados obtidos no desenvolvimento de métodos de ensaio e da qualidade de equipamentos de proteção individual (EPI) utilizados por aplicadores de agrotóxicos.
Os estudos foram realizados pelo pesquisador do Instituto, Hamilton Humberto Ramos. O primeiro trabalho premiado foi apresentado por Ramos, “Variabilidade nos testes usando a ISO 17491-4 com diferentes pontas de pulverização – Parte II”, esta pesquisa buscou avaliar a possibilidade de penetração de um líquido teste utilizado em vestimentas de proteção dentro de uma cabine de pulverização específica após a mudança das pontas de pulverização, com o objetivo de melhorar a distribuição da pulverização e proporcionar resultados mais consistentes.
Estas propostas de modificações foram apresentadas também por Ramos na reunião da Organização Internacional de Normalização – ISO, que ocorreu em Atlanta, EUA, no último mês de abril.
A pesquisa “Desenvolvimento de protótipos de EPI para aplicadores de agrotóxicos”, apresentada por Sonja Sterman também foi premiada. Sonja é professora na Universidade de Maribor, na Eslovênia e integra a equipe de colaboradores nas pesquisas na área do IAC.
A professora trabalha como designer de roupas. Foram utilizados seus desenhos e com base em dois modelos foi consultada a opinião de agricultores da França, Espanha e do Brasil. Utilizando dessas opiniões e após o trabalho apresentado, o próximo passo é construir um número maior de vestimentas e analisar seu comportamento no campo. “Sonja desenhou vestimentas de proteção com modificações que visam melhorar o conforto térmico sem interferir na segurança”, afirma Ramos.
Além dos trabalhos que foram premiados, outros dois também foram apresentados na Conferência, sendo eles “EPI para aplicadores de agrotóxicos: desenvolvimento de um produto químico alternativo”, este desenvolvido através de parceria entre a pesquisadora da universidade norte-americana de Maryland, Anugrah Shaw e Ramos. “O desenvolvimento do líquido teste visa tornar o trabalho no laboratório mais seguro, uma vez que este líquido não é tóxico, e permitir sua comercialização em diferentes países”, completa o pesquisador do IAC. Ramos também coordenou e apresentou a pesquisa “Uso da espectrofotometria UV-VIS para avaliação de EPI para aplicadores de agrotóxicos”.
Todos os trabalhos apresentados pelo pesquisador na Conferência fazem parte do Consórcio Internacional para Desenvolvimento e Avaliação de Equipamentos de Proteção Individual para o Trabalho com Agrotóxicos, que é composto por 8 países e do qual o pesquisador do IAC é um dos coordenadores.