Todo o início do ano é a mesma história: “O que vamos levar à Agrishow? Quais variedades serão apresentadas? Quais tecnologias serão demonstradas?” Há 20 anos, o Instituto Agronômico (IAC-APTA), de Campinas, e mais recentemente as outras Unidades de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), têm essa preocupação. A preparação é a mesma nas outras coordenadorias da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Afinal, a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) é a maior do setor agro da América Latina. “Sempre priorizamos a apresentação das variedades e das tecnologias desenvolvidas durante o ano. A Agrishow sempre foi vitrine das nossas pesquisas”, afirma o pesquisador do IAC e hoje coordenador da APTA, Orlando Melo de Castro. Este ano, o evento aconteceu de 29 de abril a 3 de maio, em Ribeirão Preto, São Paulo.
Castro esteve em todas as edições da Agrishow e juntamente com outros pesquisadores do IAC participou ativamente na busca pelo crescimento da Feira. “No início, tínhamos participação direta na organização, discutindo o que deveria ser levado e feito, além de auxiliar nas dinâmicas. O evento cresceu em importância e área e sua estrutura de organização foi se profissionalizando”, lembra Castro. Mesmo assim, as equipes técnicas dos Institutos de Pesquisa ligados à APTA e à Secretaria de Agricultura de São Paulo são consultadas e colaboram com a organização do evento, que acontece na área do Polo Regional Centro-Leste e do Centro de Cana IAC.
Importância da Agrishow para as pesquisas
De acordo com o coordenador da APTA, a Agrishow é importante para os estudos realizados nos Institutos e Polos de Pesquisa, pois os pesquisadores podem ter contato direto com os produtores rurais, usuários das tecnologias e variedades desenvolvidas nos campos experimentais e laboratórios. “Os pesquisadores têm a oportunidade de estar em contato também com praticamente todas as indústrias de máquinas agrícolas, insumos e empresas do agronegócio”, afirma.
Esse contato, segundo Castro, ajuda no fechamento de futuras parcerias e acaba servindo como um fórum para os pesquisadores terem acesso ao que a indústria e os produtores precisam. “Um exemplo claro foi a proibição da queimada da cana. Naquela época, durante a Agrishow, os pesquisadores, o pessoal das empresas de máquinas e os produtores discutiam o que fazer. O IAC incorporou então, em seus projetos de melhoramento genético de variedades, o desenvolvimento de materiais de cana que têm características interessantes para a colheita mecanizada”, lembra.
A Agrishow dentro dos campos da APTA
A Agrishow acontece na antiga Estação Experimental do IAC, que desde a reforma administrativa de 2002, passou a se chamar Centro de Cana do IAC e Polo Regional Centro-Leste. A área total da APTA é de 818,9 hectares, divididas entre o Polo (436,7 hectares), o Centro de Cana IAC (170 hectares) e a Agrishow (212,2 hectares). “Com a nova estrutura da Agrishow, o público deixou de passar por dentro das nossas áreas de pesquisa. Isso foi muito bom porque a rotina dos trabalhos realizados não sofre modificações”, afirma Castro. Em 2012, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou decreto de lei para realização da Feira na área pelos próximos 30 anos.
O coordenador da APTA lembra que quando o evento começou, apenas o IAC e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) expunham na Feira como representantes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Hoje, o gabinete da Secretaria de Agricultura se transfere para o evento, há a participação de outros Institutos de Pesquisa e também de outras coordenadorias da Secretaria.
Castro foi consultado para a elaboração de um livro comemorativo sobre os 20 anos da Feira, lançado na noite do dia 30 de abril, em Ribeirão Preto.
Texto: Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA