O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, subiu 0,60% em julho, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Esta é a oitava quadrissemana consecutiva em que os preços continuam em alta. Os grupos de produtos de origem vegetal e de origem animal aumentaram, respectivamente, 0,61% e 0,59%.
Já no acumulado de 12 meses, o índice geral evoluiu 4,64%, com os grupos de produtos vegetais e animais apresentando variação positiva de, respectivamente, 5,55% e 1,46%.
No mês, as altas mais expressivas ocorreram nos preços do tomate para mesa (64,23%); do café (10,77%); da soja (10,17%); do milho (9,77%) e do amendoim (9,08%).
Variações no clima (chuvas em determinados períodos e baixas temperaturas em todo período) reduziram a oferta de tomate para mesa nas regiões produtoras, dizem os pesquisadores Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti e José Alberto Angelo. A colheita de variedades mais valorizadas contribuiu para a acentuada elevação de preços.
No caso do café, a baixa disponibilidade e a grande procura mundiais (apesar da crise econômica) sustentam as cotações do café nas bolsas internacionais e elevam os preços aos produtores paulistas.
As altas das cotações do milho são reflexos da seca que ocorre nos Estados Unidos, com previsão de queda naquela que seria a maior produção americana, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isto vem permitindo o aumento dos preços internos, com expectativa de incremento nas exportações, segundo observam os analistas do IEA.
A seca nos EUA também foi o principal motivo da elevação das cotações do milho nos mercados internacionais, de acordo com os técnicos. Soma-se a isso fatores como estoques baixos e aumento do consumo - principalmente para ração animal-, o que vêm garantindo bons preços para os produtores paulistas.
Os recuos mais acentuados ocorreram nos preços da batata (32,54%); da laraanja para mesa (14,29%); do feijão (13,35%); da cana-de-açúcar (0,91%) e da carne bovina (0,53%).
Acumulado de 12 meses
Os índices geral e do grupo de produtos vegetais mantiveram a tendência, ficando, apenas nos meses de setembro e outubro de 2011, em torno da base 100. A partir desse ponto, começa novo ciclo de altas com recuo no mês de fevereiro deste ano. De março em diante, os índices retomam a tendência de alta.
O grupo de produtos animais apresentou desempenho irregular, com idas e vindas sem tendência definida, segundo a análise do IEA. Assim, acumulou alta de quase 7 pontos percentuais de julho até dezembro de 2011 e, em janeiro deste ano, apresentou forte queda puxada pelo recuo dos preços das carnes. Em março, houve recuperação deste indicador com valorização dos leites, dos ovos e da carne de frango, seguida de nova queda em maio e nova recuperação em junho e julho deste ano, com destaque para os ovos.
Assim, os preços de julho deste ano, em relação a igual mês de 2011, apresentaram incremento para tomate de mesa (121,21%); soja (52,82%); banana nanica (44,60%); feijão (37,54%); arroz (36,05%); amendoim (16,99%); ovos (8,78%) e carne de frango (5,84%), em patamares superiores ao IqPR e à inflação medida pelo IPCA-IBGE. Também sofreram acréscimo os preços do leite C (3,36%); o trigo (2,84%); a cana-de-açúcar (1,37%) e o leite B (0,34%).
Por sua vez, no mesmo período, tiveram redução os preços da laranja para mesa (43,72%); do algodão (16,67%); da carne suína (16,31%); do café (15,66%); do milho (12,26%); da carne bovina (4,21%) e da batata (0,95%).
A íntegra da análise está disponível em www.iea.sp.gov.br
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424