O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolve, nos últimos cinco anos, trabalho de fiscalização fitossanitária do trânsito de fitovírus, causador de doenças que afetam a batata. O propósito é o estudo da incidência de vírus em material de tubérculos importados de variedades introduzidas no Brasil, de acordo com os pesquisadores Fernando Javier Sanhueza Salas e Renata Maia Garcez, do Laboratório de Fitovirologia e Fisiopatologia (LFF) do IB. Esse material é transportado a longas distâncias, no momento da sua chegada ao país importador, limitando ao máximo o número de fontes de contaminação em áreas produtivas, pelo uso de material de propagação certificado.
“As doenças causadas por vírus não possuem controle e, em campo, quando se somam alguns fatores ambientais (temperatura, umidade, vento) à disponibilidade de plantas fonte de infecção e a presença de insetos-vetores, ou seja, que “transportam” a doença de plantas doentes a sadias, pode se dar início a uma epidemia, resultando em perdas drásticas à produção”, dizem os pesquisadores do IB.
O trabalho foi iniciado em 2004, utilizando-se kits de detecção para esses cinco fitovírus por meio de testes sorológicos, similares aos testes realizados para vírus humanos e animais. A metodologia padronizada consiste em testes de germinação da batata-semente, inspeção visual, inoculação mecânica em plantas indicadoras e testes sorológicos (DAS – ELISA), utilizando-se um painel de antissoros contra os vírus: PVX, PVY, PVS, PLRV e PVA (Potato virus A), a partir de plântulas.
Cerca de 40 doenças, entre as que afetam a batata, são causadas por vírus e apenas 17 foram descritas no Brasil. Destacam-se em ordem de importância e incidência o PVY (Potato virus Y) e o PLRV (Potato leafroll virus), embora outros vírus, como o PVX (Potato virus X) e PVS (Potato virus S), também apresentem infecções, em menor escala. Atualmente, a legislação brasileira delimitou tabela de níveis de tolerância (Instrução Normativa n.12, de 10/6/2005) para esses quatro vírus considerados pragas não-quarentenárias regulamentadas em batata-semente a ser produzida, importada e comercializada no país.
No período 2007-2009, o recebimento de amostras para análise triplicou, visando atender à demanda de inúmeros produtores em todas as zonas de cultivo no Brasil, incluindo aquelas importadas e enviadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Os principais países exportadores são europeus (Alemanha, Escócia, França e Holanda), mas há representantes do novo mundo (Argentina, Bolívia, Chile, Canadá e Estados Unidos).
O Brasil ainda importa a maior parte da batata-semente, o que aumenta o risco de patógenos exóticos. Isto se deve à melhor qualidade dos tubérculos importados e ao pouco investimento brasileiro na produção nacional de batata-semente, concluem os pesquisadores do IB.
Link: Viroses emergentes em batata
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José Venâncio de Resende
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