Queridinha das dietas fitness, a batata-doce tem ganhado espaço na mesa dos brasileiros. Segundo dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), em janeiro de 2008, o volume de vendas do tubérculo em São Paulo, Capital, chegou a 1.500 toneladas, aproximadamente. Em março de 2017, a comercialização atingiu o pico da série histórica mantida pela instituição com mais de seis mil toneladas e, desde então, vem se mantendo em patamares próximos a cinco mil toneladas/mês.
Para discutir questões técnico-científicas da produção de batata-doce, foi realizada a 1ª Feira Tecnológica da Batata-doce de Presidente Prudente e Região (Batatec), entre 15 e 17 de junho de 2018. O evento contou com apoio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. De acordo com dados da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, Presidente Prudente é uma das principais regiões produtoras da cultura no Brasil.
Durante a Batatec, a APTA apresentou resultados preliminares de pesquisa que visa analisar as características agronômicas de genótipos de batata-doce oriundos de sementes provenientes do cruzamento de duas variedades cultivadas na região. A ideia é selecionar materiais com elevada produtividade comercial e formato de raiz adequado ao mercado in natura.
O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), se iniciou em outubro de 2017 e deve ser finalizado em setembro de 2019. “O Estado de São Paulo é o segundo maior produtor de batata-doce do País, no entanto, sua produtividade é muito inferior ao potencial da cultura. A Região de Presidente Prudente é grande produtora do Estado, mas também apresenta baixa produtividade. Uma das causas é a utilização de poucas variedades com as características comerciais necessárias, sendo que esses materiais podem não ser os mais indicados para a região”, explica Amarílis Beraldo Rós, pesquisadora da APTA e coordenadora do projeto de pesquisa.
De acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), embora a produtividade da microrregião de Presidente Prudente tenha crescido em torno de 27,5% nos últimos quatro anos, em 2017 foi de 16.200 kg/hectare, número inferior a outras regiões, inclusive do Estado de São Paulo. Em Araçatuba, por exemplo, a produtividade média é de 18.650 kg/ hectare.
1ª Batatec
Segundo Ricardo Firetti, diretor do Polo Regional de Presidente Prudente da APTA , a 1ª Batatec visou, principalmente, levar conhecimento técnico-científico aos produtores rurais da região. Durante o evento, foram realizadas palestras sobre nutrição e adubação em solos arenosos, ecofisiologia da batata-doce, vantagens no uso de mudas com registro e alto padrão de sanidade, melhoramento genético, benefícios para alimentação e processamento e produtos como a fabricação de etanol de batata-doce. Firetti e a pesquisadora da APTA, Sônia Montes, foram moderadores de alguns dos temas.
Além do conteúdo técnico, os visitantes puderam se deliciar em uma praça de alimentação formada por food-trucks em que foram servidos pratos salgados e doces produzidos com batata-doce. Foi possível experimentar até mesmo cerveja de batata-doce. “Esperamos com isso incentivar o consumo da batata-doce pela população e mostrar ao agricultor como ele pode agregar valor à sua produção”, afirma Firetti.
“A realização deste evento é importante, pois tem o envolvimento da recém criada Associação dos Produtores de Batata-doce de Presidente Prudente e Região (APROBARPP), instituições de ensino e pesquisa, SEBRAE, CIESP, SENAI e da Prefeitura Municipal. Essa junção de esforços em prol de uma cultura com importância econômica e social como a batata-doce, é muito benéfica”, diz Firetti.
Produção
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira de batata-doce, em 2016, foi de 669.454 toneladas. Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Paraná concentraram 64% da produção nacional da cultura. Naquele ano, o município de Presidente Prudente foi o segundo maior produtor nacional e o primeiro no Estado de São Paulo, com 14.400 toneladas produzidas.
“Cinco municípios da região de Presidente Prudente estão entre os 20 maiores produtores de batata-doce do Estado de São Paulo. Isso mostra a importância da cultura para região e a necessidade de transferência de tecnologia e conhecimento para melhorar a produção, além da criação de medidas de apoio para fortalecer o segmento”, explica o pesquisador da APTA.
Por Fernanda Domiciano
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