Uma nova biofábrica para produção de fungos entopatogênico para o controle biológico de pragas será implantada em Foz do Iguaçu, no Paraná. O projeto conta com a assessoria do Programa de Inovação e Transferência de Tecnologia em Controle Biológico (Probio), que reúne tecnologias e serviços prestados pelo Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, para fortalecer o uso do controle biológico em cana-de-açúcar, soja, morango, banana, seringueira e plantas ornamentais.
A biofábrica será implantada pela empresa de produtos químicos, Innova Agrotecnologia e terá foco na produção de cepas selecionadas pelo IB para controle biológico em cana e soja, além de produzir Trichoderma, um agente benéfico que diminui a ocorrência de doenças e melhora o crescimento e a produtividade das plantas. A biofábrica terá capacidade para produzir dois agentes entomopatogênicos, que serão distribuídos no Brasil e no Paraguai. A expectativa é que a biofábrica esteja em funcionamento em 2018.
“O IB, por meio do Probio, fará todo o planejamento desta nova biofábrica, disponibilizará as cepas e treinará a equipe que trabalhará no local”, afirma José Eduardo Marcondes de Almeida, pesquisador do IB, instituto que é referência brasileira em pesquisas com controle biológico e já atendeu 46 biofábricas para produção de agentes de controle, localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso, Paraná, Bahia e no exterior.
Probio
Segundo o diretor-geral do IB, Antonio Batista Filho, este é o primeiro contrato assinado pelo IB por meio do Probio, lançado em junho de 2017. “O Programa de Inovação e Transferência em Controle Biológico tem o objetivo de integrar todas as áreas de pesquisas do IB em controle biológico e disponibilizar ao setor produtivo suas tecnologias e serviços. Queremos promover a inovação e a transferência de tecnologia na área de controle biológico, por meio de ações voltadas para a geração de conhecimentos e prestação de serviços”, explica Antonio Batista Filho, diretor-geral do IB.
O IB é uma das instituições pioneiras em pesquisas em controle biológico. Seus trabalhos buscam a geração de conhecimento na área, desenvolvimento de tecnologias e inovações e oferecimento de serviços para o setor de biocontroladores. O instituto de pesquisa paulista completa 90 anos de atuação em 2017.
Dentre os serviços prestados pelo Instituto está o desenvolvimento de sistemas de produção de bioinseticidas à base de fungos, bactérias e nematoides, alternativas de formulações, implantação de biofábricas, seleção e manutenção de insolados e controle de qualidade de agentes de biocontrole de natureza microbiana. O IB também fornece laudo de confirmação taxonômica de parasitoides, depósito de espécimes-testemunho de parasitoides em coleção entomológica oficial, teste de eficiência agronômica de produtos biocontroladores, desenvolvimento de projetos de controle biológico, capacitação para produção e desenvolvimento de sistemas de produção massal de nematoides entomopatogênicos e potencial de uso no controle biológico.
O novo programa do IB visa contribuir para superar alguns desafios no uso de agentes de controle biológico, como a seleção de raças mais virulentas, o aumento de tempo de prateleira dos produtos, o oferecimento de alternativas de formulações, controle de qualidade mais efetivo e a melhora na tecnologia de aplicação, por exemplo.
Natureza controlando a natureza
O controle biológico consiste no uso de inimigos naturais para diminuir a população de uma praga. “Componente fundamental da natureza, o controle biológico abre espaço para uma agricultura mais sustentável. Resumidamente, o controle biológico pode ser definido como natureza controlando natureza”, explica Batista.
Os agentes de controle biológico agem em um alvo específico, não deixam resíduos nos alimentos, são seguros para o trabalhador rural, protegem a biodiversidade e preservam os polinizadores. “O avanço tecnológico na produção de alimentos em função da utilização de insumos modernos é indiscutível. Contudo, o emprego inadequado tem levado a situações de risco. Existe a consciência de que é necessário encontrar um ponto de equilíbrio que compatibilize a demanda crescente de produção de alimento e preservação do futuro. O controle biológico é uma ferramenta importante para isso”, diz o diretor-geral do IB.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, os trabalhos do IB em controle biológico são exemplo de como é possível fazer uma agricultura harmônica com o ambiente. “Esta é uma das orientações do governador Geraldo Alckmin para a Pasta”, afirma.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA