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Retomada do agronegócio chega ao setor de máquinas agrícolas

Fabricantes de máquinas agrícolas, que nos últimos quatro anos viram os negócios despencar 40%, esperam consolidar a recuperação iniciada em 2006, quando as vendas apresentaram aumento de 10%, interrompendo ciclo de três anos de queda. O setor acredita que o bom rendimento esperado pelos agricultores na safra a ser colhida entre fevereiro e abril vai reverter na aquisição de novos tratores e colheitadeiras para o plantio do segundo semestre. A aposta é de aumento de 13% nas vendas de máquinas agrícolas este ano, quase o dobro dos 7% projetados pela indústria automobilística para o mercado de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O índice é considerado "um piso" pelas empresas de equipamentos agrícolas. "Talvez seja até uma projeção conservadora, pois o agricultor precisa do maquinário que não conseguiu comprar nos últimos anos", diz o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Persio Luiz Pastre. Para ele, a recuperação será consistente a ponto de, no próximo ano ou mais tardar em 2009, as vendas voltarem à média de quase 40 mil unidades alcançada no período 2002-2004. A expectativa de firme retomada do mercado agrícola ajuda empresas a dar andamento em novos projetos. A John Deere inicia no meio do ano a produção de tratores em uma fábrica no município de Montenegro (RS), a 50 quilômetros de Porto Alegre. A inauguração vai ocorrer um ano depois do previsto. No ano passado, as vendas de tratores da marca caíram 0,9% ante 2005, para 1.739 unidades, e as de colheitadeiras diminuíram 37,3%, para 549 unidades. O segmento de colheitadeiras foi um dos mais atingidos pela crise agrícola. As vendas totais, que em anos anteriores ficavam na casa de 5 mil unidades desabaram para cerca de mil máquinas em 2006, "um volume ridículo", atesta Pastre. Todas as fabricantes suspenderam a produção durante quatro meses e deram férias coletivas aos funcionários. "Esse quadro não vai se repetir este ano", afirma o executivo da Anfavea. A John Deere investiu US$ 220 milhões na nova fábrica, que deve empregar cerca de 500 trabalhadores. A atual, em Horizontina (RS), vai concentrar a produção de colheitadeiras e plantadeiras e também recebeu US$ 30 milhões em investimentos. Outra unidade em Catalão (GO) produz colhedoras de cana-de-açúcar. Mais rentável A safra dos produtos plantados a partir de julho terá preços melhores, pois os custos de insumos diminuíram, as condições climáticas foram boas e a produtividade aumentou. Será uma safra mais rentável, acredita Franco Pallaro, vice-presidente comercial para América Latina da Case New Holland (CNH). A empresa espera crescimento de 20% nas vendas da marca este ano. Em 2006, o grupo vendeu 4.150 tratores e 473 colheitadeiras. "Enxergo uma boa retomada neste ano para o mercado agrícola brasileiro, mas não sei em que velocidade", diz Pallaro. Para Fabio Piltcher, diretor de Marketing da Massey Ferguson, do grupo Agco e líder no mercado de tratores, o endividamento dos agricultores ainda é elevado, o que pode impedir aumento maior do consumo. Ele aposta em aumento de 8% a 13% nas vendas este ano, puxadas pelos segmentos com bom desempenho como cana-de-açúcar, café, milho e soja, este último com importante ajuda da utilização do biodiesel. As vendas da Massey cresceram 10% em 2006, para cerca de 6.400 tratores. A estabilidade na área de grãos e o preço das commodities em alta ajudam o agricultor a recuperar a capacidade de compra, confirma Silvio Rigoni, gerente da Agrale. Com fábrica em Caxias do Sul (RS), a Agrale concentra sua produção em tratores pequenos, utilizados na agricultura familiar, e teve aumento de 27% nas vendas em 2006 em relação a 2005, com 1.717 máquinas. "A estabilidade nesses últimos meses nos deixa otimistas para 2007 e projetamos pelo menos mais 15% de crescimento", diz Rigoni. A empresa prepara pelo menos dois lançamentos para ampliar a linha de produtos. A indústria de máquinas agrícolas encerrou 2006 com cerca de 13 mil funcionários, 200 a menos do que em 2005.

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