O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) registrou alta de 9,87% na primeira quadrissemana de Março, afirmam os pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola ( IEA/Apta), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Os produtos que registraram as maiores altas foram: tomate para mesa (98,58%), laranja para mesa (85,93%), banana nanica (24,35%), laranja para indústria (23,27%), ovos (19,02%), feijão (18,03%) e amendoim (11,78%).
Para o tomate para mesa continua o movimento de alta nos preços, devido às fortes chuvas, que tem impedido uma regularidade mínima da oferta do produto. Mas como produto perecível, o tomate tem um efeito pontual elevado, podendo reverter essa situação de alta seja pela entrada de novas colheitas ou pelo efeito substituição mais decisivo, em especial com a entrada de alternativas de salada como o alface, que também foi duramente afetado pelas chuvas, mas que tem ciclo mais curto.
Para a laranja de mesa, a ocorrência da entrada do verão elevando o consumo de sucos, associada às chuvas em grande intensidade no segundo semestre de 2009 prejudicaram as floradas, causando uma diminuição da oferta nesse início de ano que impactou as cotações, recuperando-as. Além de que em fevereiro, com o findar da safra, a oferta desta fruta reduz-se de forma significativa, afetando os preços com pressões para alta. Esse fato está refletido também nas cotações da laranja para indústria e associado à recuperação dos preços do suco de laranja nos principais mercados das nações capitalistas desenvolvidas, provocada pelas intensas geadas que atingiram a citricultura norte-americana concentrada na Flórida. Os reduzidos estoques internacionais de sucos cítricos funcionam como alavanca desse aumento de preços, revertendo a conjuntura de preços muito desfavorável que se verificou em 2009.
Os preços da banana finalmente refletem o resultado das fortes enchentes ocorridas em fevereiro. Uma redução de oferta acrescida de expansão do consumo peculiar no período de outono pode provocar aumentos acentuados dos preços da fruta nas próximas semanas.
No caso dos ovos, a redução do alojamento de matrizes verificada no final do ano de 2009 levou à diminuição da oferta de ovos. Associado a esse contexto, cabe destacar a natural ascensão das cotações nessa época do ano, período da quaresma, dos ovos em substituição às carnes e também pelo fato de que o ovo constitui insumo fundamental na agroindústria de massas e de confeitaria/panificação, cuja demanda cresce neste período.
Já o feijão, que reverte tendência de queda, a estiagem por alguns dias melhorou a qualidade do produto elevando as médias dos preços recebidos pelos produtores, além do que o desestímulo do plantio começa a refletir-se na oferta do produto. Ressalte-se que face aos preços não remuneradores que ocorreram nos últimos meses, trata-se neste caso da recuperação que ainda coloca as cotações abaixo dos custos de produção. No prazo de alguns meses, a questão agora colocada consiste em quanto os preços muito baixos da colheita das águas afetou o ânimo e as expectativas dos produtores perante o plantio das secas em curso em São Paulo e todo sudeste brasileiro.
O aumento no preço do amendoim é atribuído à menor oferta. Houve redução de 20% da área plantada, por causa do atraso na colheita da cana e baixo preço da saca na safra passada.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços foram: soja (7,40%), milho (6,84%), arroz (3,73%) e trigo (2,22%).
Para a soja, depois de anunciada safra recorde com crescimento de 30% associada ao início da colheita, as cotações do produto recuaram, além das mudanças na economia chinesa que prognosticam menores aquisições desse produto por esse país asiático. Essa tendência dos preços internacionais e os custos do frete podem ampliar as dificuldades econômicas dos produtores das áreas mais distantes da fronteira agropecuária, gerando remuneração líquida abaixo dos custos de produção.
No caso do milho, a entrada da safra numa situação em que não foram retomadas as exportações brasileiras comparando com a realidade anterior à crise internacional, pressiona os preços para baixo. Esse patamar de preços coloca os produtores de milho numa situação de elevada dificuldade, pois estão muito abaixo dos custos médios de produção.
Importante salientar que preços agropecuários em alta em plena colheita da maior safra de grãos indicam impactos inflacionários futuros, os quais não podem ser amenizados pelo aperto monetário. Ao contrário essa medida pode ter o efeito perverso de dificultar a verdadeira solução que consiste em buscar maior oferta, que o pela sazonalidade da agropecuária, não será uma resposta de curtíssimo prazo.
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