Data da postagem: 11 Dezembro 2013
Os produtores paulistas de tomate e pimentão enfrentam problemas com os vírus Vira-cabeça, Mosaico comum, Mosaico amarelo, Mosaico do pepino, Mosaico do fumo e tomate, Mosaico rugoso, Nervuras amarelas e Amarelão do tomateiro. Dependendo do tipo do vírus e de outros fatores, as perdas de produtividade podem variar de 10% a 100%. Em 12 de dezembro, a partir das 8h às 17h, o Instituto Agronômico (IAC-APTA), de Campinas, realiza o 14° Ciclo de Palestras de Fitossanidade - Manejo de pragas e doenças em olerícolas, em cultivo protegido, em Agudos, São Paulo.
O pesquisador do IAC, Valdir Atsushi Yuki, explica que o melhor para prevenir a infecção é a adoção de variedades resistentes, quando existentes no mercado. Nos casos em que não há material resistente, Yuki informa que deve ser feita a limpeza total do terreno antes do plantio. Outras recomendações são a utilização de sementes sadias, o plantio em épocas de menor população dos possíveis vetores, a obtenção de mudas em estufas protegidas dos vetores, a aplicação de inseticidas visando evitar colônias dos vetores na cultura, a manutenção das lavouras sempre limpas, durante e após o final do plantio, a destruição e incorporação ao solo todo o material vegetal. “O cultivo protegido em estufas também auxilia no desenvolvimento de produtos sadios, melhor qualidade, ciclo mais longo e facilidade na adubação, colheita e irrigação”, diz o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Outra sugestão é o uso de casca de arroz como repelente. Yuki afirma que os pulgões são atraídos e repelidos por determinados comprimentos de ondas de luz e a casca de arroz mostrou-se um excelente repelente. “Quando se cobre o solo com a casca de arroz, os pulgões evitam descer sobre essa superfície”, afirma.
O pesquisador do IAC explica que no início da infecção é preciso eliminar as plantas sintomáticas, porém quando a cultura está em fase de colheita não há mais o que fazer. “Somente o uso de inseticida não controla a inoculação do vírus pelo inseto vetor, apenas evita a colonização nas plantas”, diz Yuki.
Para proteger de plantas daninhas, que podem servir como fontes do vírus ou do vetor ou ambos, o pesquisador recomenda que os agricultores utilizem a capina manual ou tratorizada e também herbicidas.
Outra particularidade está na perda de produtividade muito maior no caso de plantas que se infectam precocemente. “Às vezes a perda é total, entretanto, quando a infecção é tardia, após o florescimento, a perda não é tão significativa”, afirma. Por esse motivo, recomenda-se adotar procedimentos que possam evitar a infecção precoce das plantas.
Evento
O pesquisador do IAC, César Pagotto Stein, explica que o evento tem o intuito de abordar o manejo integrado, que consiste em uma composição de técnicas mais eficientes no combate dos problemas fitossanitários. “É necessário identificar as pragas, realizar uma amostragem para determinar o nível da infestação e assim determinar as medidas mais adequadas de controle tanto no campo como em cultivos protegidos”, diz Stein.
O pesquisador sugere que os produtores passem por treinamentos para lidar melhor com a situação em suas regiões. “Os agricultores devem escolher produtos com diferentes modos de ação para não criar resistência das pragas aos inseticidas”, afirma.
A Helicoverpa armigera será abordada pelo pesquisador.Identificada até o momento em Goiás, Bahia, Mato Grosso e no Sul do Brasil, a lagarta Helicoverpa armigera tem causado muitas perdas para as lavouras brasileiras. Estima-se que na Bahia os prejuízos cheguem a R$ 2 bilhões, devido à ocorrência nas culturas da soja e algodão. O Instituto Biológico é a única instituição do Estado de São Paulo credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para fazer análises morfológicas e moleculares para identificação da Helicoverpa armigera – praga identificada no Brasil pela primeira vez em 2012 e que atinge mais de cem espécies no mundo.
Por ter um tem alto grau de destruição, Stein acredita que os agricultores devem estar munidos de mais informações sobre esse tema. “A partir da identificação correta da praga fica mais fácil selecionar as melhores técnicas de controle”, diz.
O manejo de nematoides em pimentão em ambiente protegido será abordado pela doutoranda da UNESP/FCA, Lucivane Gonçalves. A estudante explica que, devido à dificuldade no controle de nematoides em ambiente protegido, realizou testes para o uso de um novo método de controle biológico. Gonçalves concluiu que o fermentado de farelo de arroz, melaço e água apresentam bons resultados no controle de nematoides.
14° Ciclo de Palestras de Fitossanidade
A cidade de Agudos foi escolhida para receber o evento por possuir muitos produtores que utilizam estufas na região. O pesquisador do IAC, Valdir Atsushi Yuki, comenta que ao longo de 2013 ocorreram outros quatro Ciclos de Palestras de Fitossanidade, que tiveram grande participação dos produtores. A atual coordenadora do ciclo de palestras, a pesquisadora do IAC, Margarida Fumiko Ito, recebeu proposta para três eventos para o próximo ano.
Serviço
Evento: 14° Ciclo de Palestras de Fitossanidade - Manejo de pragas e doenças em olerícolas, em cultivo protegido
Local:Seminário Santo Antonio, Agudos/São Paulo
Horário: 8h às 17h
Texto: Mônica Galdino (MTb 47045)
Assessora de Imprensa – IAC
19 – 2137-0616/613