Área de milho com sementes melhoradas deve aumentar 5% na safra 2007/08

A área plantada de milho com sementes melhoradas deve aumentar 5% na safra 2007/08, principalmente por causa das condições favoráveis às exportações. A previsão foi feita pelo presidente da Associação Paulista dos Produtores de Sementes e Mudas (APPS), Antonio Fernandes Antoniali, durante palestra, no dia 23 de agosto, sobre “milho versus cana: perspectivas para a safra 2007/08” na reunião da Câmara Setorial de Milho da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A área total (safra mais safrinha) cultivada com sementes melhoradas no Brasil atingiu, na safra 2006/07, cerca de 10,5 milhões de hectares, acima dos 9,63 milhões de hectares da safra anterior. No caso de São Paulo, a área ocupada com sementes melhoradas caiu de 945,53 mil hectares, na safra 2005/06, para 787,53 mil hectares na última safra. Com a febre do etanol, vários produtores arrendaram terra para usinas ou mesmo quem plantava em terras arrendadas mudou para a cana, segundo membros da Câmara Setorial. Como a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a área plantada para o Brasil entre 13 e 14 milhões de hectares, a diferença de área para a venda de sementes melhoradas é ocupada com sementes não-melhoradas. “É possível que um dia o Brasil possa estimar toda a área plantada em levantamento por satélite”, disse Antoniali. Sementes: oferta e demanda A oferta de sementes melhoradas para a safra 2007/08 foi estimada por Antoniali em 266,18 mil toneladas, pouco mais do que as 265,35 mil toneladas da safra 2006/07. Do total ofertado na safra passada, foram efetivamente vendidas e plantadas 212,9 mil toneladas (número superior às 183,79 mil toneladas da safra 2005/06). As sementes melhoradas vendidas representaram 80,25% do total da oferta na última safra, ligeiramente superior a relação oferta/demanda da safra 2005/06, que foi de 78,54%. As empresas associadas da APPS respondem por 99% do mercado de sementes melhoradas. Das 212,93 mil toneladas de sementes melhoradas plantadas na última safra, o Sul respondeu por 87,68 mil toneladas; o centro-oeste, por 72,15 mil toneladas; o sudeste, por 37,78 mil toneladas; e o nordeste, por 6,98 mil toneladas. No caso do sudeste, São Paulo plantou 15,76 mil toneladas, abaixo das 18,26 mil toneladas da safra 2005/06. Exportações A recuperação dos preços do milho, principalmente por causa da falta do produto não-transgênico para ração na Europa, levou os membros da Câmara Setorial a acreditarem na possibilidade de exportações de 10 milhões de toneladas este ano. O desempenho das exportações pode ser fator de estímulo ao plantio de milho, inclusive em São Paulo, acredita o presidente da APPS. “Para trazer milho de Goiás ou de Mato Grosso, o frete é muito mais substancial do que para a soja. O volume é o mesmo, mas o preço do milho é menor. Então, o frete pesa mais no milho do que na soja. Assim, poderá haver uma tendência de o preço em São Paulo ser interessante e, em vez de plantar soja, o produtor passa a plantar milho. No caso da cana, o boom que aconteceu vai entrar numa fase mais suave. Eu acho que não vem mais o rolo compressor que aconteceu no ano passado”, analisa Antoniali. Preocupado com o mercado interno, o presidente da Câmara Setorial, Sebastião Lázaro Gulla, defendeu políticas públicas de apoio permanente ao produtor para evitar grandes oscilações de preços, que acabem interferindo na oferta do produto, principalmente em São Paulo que é grande importador de outros Estados. José Venâncio de Resende