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A Cachaça: bebida brasileira e sua evolução na terra da cana

Uma bebida típica e exclusiva do Brasil, tem em São Paulo sua maior produção, consumo e exportação

Nos últimos anos, os consumidores têm se tornado mais conhecedores, apreciando experiências sensoriais únicas proporcionadas pela degustação de diferentes tipos de cachaça. A valorização de produtos seguros do ponto de vista da composição química e da qualidade sensorial é evidente, e o reconhecimento de marcas, selos, premiações e informações sobre a produção, envelhecimento e tipos de madeiras utilizadas, são fatores que influenciam a escolha da bebida.

Nesse cenário, destaca-se o trabalho de pesquisa e transferência de conhecimento da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), por meio do Grupo de Estudos da Cadeia da Cachaça de Alambique (Gecca). O grupo, atualmente coordenado pela pesquisadora Elisângela Marques Jeronimo Torres e pela vice-coordenadora pesquisadora Celina Maria Henrique Fortes, é composto por pesquisadores das unidades da Apta Regional de Bauru e de Piracicaba, em parceria com o Instituto de Economia Agrícola (IEA–Apta), e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Câmara Setorial da Cachaça Paulista e Universidades.

A pesquisa científica já atuou no levantamento do perfil dos produtores, em projetos de pesquisa em inovações tecnológicas no processo de produção. “Atualmente, realizamos ações contínuas de transferência de conhecimento e tecnologia por meio de cursos técnicos, palestras, treinamentos em produção de qualidade e análise sensorial, além de parcerias com outras instituições, colaborando para superar os desafios do setor”, detalha Elisângela.

Aspectos sensoriais da bebida

Como apreciar uma boa cachaça? Isso envolve alguns passos simples que permitem explorar suas características e sabores de forma mais completa. Primeiramente, comece com uma cachaça que seja conhecida por sua qualidade e boa reputação.

Elisângela explica que existem muitas marcas excelentes disponíveis no mercado, então faça sua pesquisa ou peça recomendações. Branca [apenas descansada] ou envelhecida [em barris de diferentes tipos de madeira]. “É importante verificar a origem, pois deve ser registrada e produzida de acordo com as normas estabelecidas pela legislação, de forma a não oferecer riscos à saúde do consumidor.”

A Pesquisadora também dá dicas sobre os aspectos sensoriais, como observar visualmente o conteúdo da garrafa, cuja aparência deve ser límpida, translúcida.

“Ao servi-la, preferencialmente em copos ou taças de vidro transparentes, observa-se a viscosidade, o corpo, a formação de “lágrimas” escorrendo pelas paredes do copo. O aroma deve ser agradável, sem agressividade. Por fim, o sabor... Dê um pequeno gole e deixe a cachaça envolver sua boca. Permita que ela toque diferentes partes da língua para experimentar os sabores. Note a doçura, acidez, corpo e a presença de sabores específicos. Após engolir, preste atenção nas sensações deixadas na boca. A bebida aquece agradavelmente na boca, descendo de forma suave, sem “arranhar” a garganta. Uma boa cachaça deve deixar uma sensação agradável e duradoura”, detalha Elisangela.

O consumidor deve ainda experimentar cachaças de várias idades e estilos para encontrar suas preferências. Cachaças envelhecidas em barris de madeira tendem a ter sabores mais complexos, enquanto as mais jovens podem ser mais frescas e frutadas. Lembre-se sempre de apreciar a cachaça com responsabilidade e moderação, descobrindo o prazer desta bebida tão especial!

Cachaça é exclusiva do Brasil

A cachaça é a bebida típica e exclusiva do Brasil, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana, o que promove uma complexidade sensorial incrível, sendo o destilado mais consumido no país e a quarto no mundo. Com cerca de 500 anos de história, atrelada à cultura da cana-de-açúcar e à indústria açucareira, tem o Estado de São Paulo como o maior produtor, consumidor e exportador de cachaça do país.

Atualmente, a produção nacional de atinge cerca de 1,2 bilhão de litros por ano, mas apenas 1% desse volume é exportado, o que representa um desafio considerável na expansão para novos mercados internacionais. Uma garrafa de cachaça sintetiza em todo o seu conteúdo o legado cultural do seu processo produtivo, desde o campo até o copo.

Consumida em bares, restaurantes, eventos, além da culinária gourmet, a cachaça paulista, em particular, é valorizada por sua qualidade, cujas marcas estão sendo reconhecidas em concursos nacionais e internacionais de destilados. “Além disso, as propriedades rurais da bebida têm se tornado destinos turísticos de destaque, com vários engenhos, promovendo visitas para atrair novos clientes e proporcionar experiências enriquecedoras”, enfatiza Celina.

A pesquisadora afirma que a qualidade da cachaça é resultado de um processo contínuo de evolução tecnológica e boas práticas de produção. “Isso inclui a seleção criteriosa da matéria-prima [a cana-de-açúcar], o uso de linhagens de

levedura específicas para fermentação, cuidados minuciosos durante a destilação, envelhecimento em barris de diferentes madeiras nacionais, além do carvalho europeu e americano.”

“Que possamos continuar valorizando e apreciando essa bebida tão emblemática, que faz parte da nossa história e da nossa identidade cultural, destacam as pesquisadoras, ao lembrar do Dia Nacional da Cachaça, celebrado no dia 13 de setembro.

Mais informações sobre os trabalhos do Gecca, escreva para os e-mails elisangela.torres@sp.gov.br e celina.fortes@sp.gov.br

 

Por

Lisley Silvério (MTb. 26.194) lsilverio@sp.gov.br

Diretora do Departamento de Comunicação Regional – SAA

Assessora de Imprensa e Comunicação Institucional (APTA | CATI | CDA)

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