Apta Portas Abertas celebra a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia com sucesso de público

Mais de oito mil pessoas visitaram as instituições de pesquisa vinculadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

Em comemoração à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) realizou a 3ª edição do ‘Apta Portas Abertas’. A iniciativa reuniu mais de oito mil visitantes em unidades de pesquisa espalhadas por todo o estado de São Paulo. O evento, que ocorreu nos dias 18 e 19 de outubro, foi uma excelente chance para o público conhecer, de perto, as pesquisas desenvolvidas pelas sete instituições vinculadas à Apta, todas focadas no agronegócio, e entender na prática a relevância dessas inovações para a sociedade.
Em Campinas, o Instituto Agronômico (IAC-Apta) recebeu cerca de 4 mil pessoas. Nesse total, 430 eram estudantes de diversas idades e outros 3.600 da população em geral. O evento atraiu públicos com interesses e idades diversas, que possuem curiosidades desde as pesquisas na área agrícola até a arquitetura, a história e o paisagismo.

Thiago Ricci, 18 anos, aluno do curso Técnico de Meio Ambiente do ETECAP, contou que já conhecia o IAC-Apta – ele esteve no Instituto durante o Apta Portas Abertas de 2023. Sua professora já fez estágio no IAC-Apta. “É muito bom poder visitar aqui porque é a minha área de estudo, então eu gosto dessa parte”, relatou. O jovem visitou toda a exposição e ouviu explicações e demonstrações de vários pesquisadores – desde o drone usado em pulverização até as sementes desenvolvidas pelo Instituto. Antes de visitar o Apta Portas Abertas no ano passado, Thiago já tinha ouvido sobre o instituto – o pai dele contou sobre o feijão carioca, desenvolvido pelos pesquisadores do IAC-Apta.

A parisiense Antiopy Lyroudias Garbade visitou o IAC-Apta nos dois dias de exposição. Na sexta, 18, ela veio sozinha. No sábado, trouxe a família. Antiopy, que vive entre Paris e Campinas, também esteve no ‘Apta Portas Abertas’ no ano passado. Além de visitar, ela aproveitou para fazer desenhos em aquarela de prédios e plantas que existem no parque do IAC-Apta, na avenida Barão de Itapura, em Campinas.

Os outros institutos também contribuíram expressivamente. O Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), localizado em Nova Odessa, acolheu 400 estudantes e mais de dois mil visitantes entre os dois dias de evento. Alan Rodrigues compareceu com a família. “Muito bem-organizado. As crianças adoraram a mini-fazendinha e as banquinhas com os produtos de produtores da região. Aproveitamos também a feira de ciências”, contou. Assim como ele, Caroline Lima veio da cidade vizinha de Sumaré para prestigiar as atrações com a filha de seis anos. “Ela está encantada tendo contato com os animais e aprendeu também sobre o biogás”, relatou a mãe.

O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-Apta) contou com 190 visitantes, entre estudantes do ensiono médio que participaram das atividades programadas e público geral. "Achei muito interessante e estou interessada em cursar Engenharia de Alimentos por conta das visitações. Aprendi muita coisa e foi uma experiência maravilhosa", Ingryd Susane de Moraes Carlos, estudante da Escola Técnica de Paulínia (Etep). Carlos de Souza, visitante que levou a família ao evento no Ital-Apta, disse que aprendeu muito. “Não conhecíamos por dentro como era o Ital e ficamos impressionados com a infraestrutura, com o nível dos profissionais e com a paixão que todo mundo apresentou pelos ambientes. Foi muito interessante".

Na Apta Regional, as unidades de Andradina, Pariquera-Açu e Pindorama receberam mais de 550 pessoas. Os visitantes puderam aprender sobre a jornada do cacau, desde o fruto até o chocolate, e explorar a cultura da seringueira. Também houve um foco importante na restauração florestal e biodiversidade, além de avaliações de híbridos de milho para grãos e silagem. Além disso, os visitantes também conheceram o sistema de produção cana e soja, e novas técnicas de cultivo de mandioca e clones de manga. A educação ambiental ganhou espaço, juntamente com pesquisas inovadoras sobre bioinsumos. Houve também exposições sobre ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) e programas genéticos como Prova de Ganho de Peso (PGP) Nelore Mocho e genética Gir para bovinos leiteiros.

O professor Marcos Siotti acompanhou os estudantes da escola Wagner Hage, de Pindorama, na visita à unidade da Apta Regional localizada na cidade. “Esses estudantes já estão em uma idade em que estão pensando na futura profissão: muitos falam em Agronomia, em Biologia, por isso estão bastante interessados nas explicações e fazendo questionamentos”, relatou. Já Mariane Teixeira de Mello, coordenadora da escola, apontou que o agronegócio tem um papel de destaque na região, “pois culturas predominantes, como cana-de-açúcar, laranja e limão, fomentam a economia local."

Em São Paulo, a programação no Instituto Biológico (IB-Apta) foi adaptada para o formato de ambiente fechado (indoor) devido ao alerta de chuvas intensas. As atividades principais ocorreram no auditório ‘Márcia Rebouças’ e nos laboratórios de insetos, mas muitos visitantes não se intimidaram com a chuva e passearam pelo maior cafezal em área urbana do mundo e pelas áreas da horta experimental, plantação de cacau e seringueira. O IB-Apta registrou cerca de 500 pessoas em São Paulo.

Para Tatiana, coordenadora pedagógica do colégio Cene, que levou os alunos do sexto ano para conhecerem as atrações nas sedes do IB e IP, na Vila Marina, a experiência foi “incrível”. “No meio da cidade de São Paulo, nós não imaginamos um trabalho tão rico dos pesquisadores. Os alunos ficaram encantados, porque puderam ver na prática várias coisas que estudaram nas matérias”, comentou. A estudante Ana Clara contou que o que mais chamou a atenção foi saber sobre os vírus das plantas. “Apesar de não ter sangue, elas contêm células e podem ficar doentes”, explicou.

O IB-Apta também realizou atividade na unidade de Votuporanga. Por lá, passaram cerca de 140 estudantes do ensino médio das escolas do próprio município, de Sebastianópolis do Sul e de Valentim Gentil, ensino técnico (ETEC) e alunos do curso superior de medicina veterinária da UNIFEV. No interior, um dos destaques foi a participação de uma turma de estudantes de medicina veterinária, que tiveram a oportunidade de acompanhar e realizar exames coproparasitológicos em bovinos, além de uma necropsia parasitológica em aves.
O Instituto de Pesca (IP-Apta) impactou 205 pessoas, somando a participação na sede em São Paulo e as atividades programadas com estudantes em Votuporanga, Pirassununga, Ubatuba e Santos. E o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), além da participação na área do IB-Apta, também organizou visitas guiadas na sede da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, tendo mais de 65 participantes em suas atividades.

Carlos Nabil, coordenador da Apta, celebrou a grande adesão do público e reforçou o compromisso de continuar promovendo a aproximação da sociedade com a ciência no próximo ano.
"Foi emocionante ver tantas pessoas interessadas em conhecer o trabalho que realizamos. O evento reforça a importância da pesquisa para o desenvolvimento da agropecuária paulista e nacional. E com certeza, em 2025, teremos mais surpresas e novidades", disse Nabil.

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