O pesquisador da APTA Regional de Colina Flavio Dutra defendeu, durante palestra na Feicorte, maior integração na cadeia produtiva.
A “Conta do Boi” seguiu como pauta central da Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), realizada em Presidente Prudente. Os debates do terceiro dia do evento foram em torno de dois importantes momentos para a pecuária: a terminação e a comercialização, a partir da análise dos mercados nacional e internacional.
Na palestra “Planejamento para a Terminação da Carcaça”, o pesquisador da APTA Regional de Colina Flavio Dutra, ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, destacou que o planejamento eficiente é decisivo, comparando a terminação a uma corrida com obstáculos, como o custo da arroba. Dutra defendeu maior integração na cadeia produtiva e buscou inspiração na previsibilidade da avicultura, na qual processos controlados garantem eficiência.
O diretor de Mercado Corte da Semex Brasil, Daniel Carvalho, moderador dos painéis, comparou a fazenda a um organismo vivo, que demanda cuidado em todas as suas partes. “Seja pelas pessoas, pela pastagem, pela água ou pelo gado, a fazenda é viva e merece ser cuidada”, enfatizou, reforçando que a pecuária deve ser encarada com o mesmo profissionalismo que outros setores da economia, como a agricultura e a indústria, especialmente diante de decisões críticas em ciclos de alta ou baixa. “Somos líderes da cadeia produtiva e precisamos atuar como tal”, definiu.
De olho no mercado
Após três painéis debatendo a “conta do boi” nos ciclos produtivos da pecuária - cria, recria e engorda, os participantes da Feicorte acompanharam, na quinta-feira (21/11), o último debate sobre o tema, que colocou em foco o mercado, discutindo os desafios e as oportunidades do setor pecuário.
O médico-veterinário e gerente-executivo de Relacionamento com Pecuaristas da Minerva Foods, Rostyner Costa destacou a importância de entender as necessidades do mercado para produzir de maneira eficaz. Segundo ele, o pecuarista deve ir além de suas preferências pessoais e compreender as exigências dos consumidores, tanto internos quanto externos. “O primeiro passo é analisar as demandas do mercado. Com essa visão, é possível produzir com excelência, garantindo eficiência e qualidade dentro da porteira”, afirmou.
Por fim, o pecuarista João Paulo Teles enfatizou que alcançar um produto de alta qualidade vai além de aspectos superficiais como marmoreio e idade de abate. “A qualidade da carne é resultado de práticas interligadas dentro da porteira, que envolvem pilares fundamentais da verticalização, como planejamento estratégico, genética de fêmeas e manejo com animais próprios”, concluiu.