O cheirinho de café se espalhou pelo estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo na Agrishow 2019. A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) em conjunto com a Treviolo Cafeicultura Eldorado expuseram os trabalhos de pesquisa relacionados à produção de café robusta em terras paulista. A ideia é incentivar principalmente os pequenos produtores a cultivarem esse tipo de café em regiões de baixas altitudes, como o Oeste Paulista. Na Agrishow, mais de três mil doses de café robusta foram servidas ao público.
A estudante de agronegócios da Faculdade de Tecnologia dos Estado de São Paulo (Fatec), Angélica Fernandes, foi uma das visitantes que aprovou o cafezinho. “Achei o sabor mais completo. Você sente na boca toda, diferente do café do dia a dia que você sente o gosto só na língua”, afirma.
De acordo com Edvaldo Frasson, da indústria Treviolo e vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o café robusta de boa qualidade já é realidade em São Paulo. “A produção do robusta em terras paulistas é importante para a indústria, por diminuir os custos de logísticas oriundos do transporte desse tipo de café do Espirito Santo e Rondônia para torrefação em São Paulo. O estado é o maior consumidor de café expresso e solúvel do Brasil”, afirma.
Os trabalhos desenvolvidos pela APTA com café robusta são realizados em conjunto com cinco pequenos produtores do Oeste Paulista, região com temperaturas médias de 23ºC e altitude de 400 metros, consideradas ideais para o cultivo desse tipo de café. “O arábica não vai bem nessa região, pois deve ser cultivado em altitudes mais elevadas, já que esta espécie se originou em altitudes entre 1500 e 2000 metros, além de temperaturas amenas. O robusta traz uma nova opção de renda para pequenos produtores da região de Adamantina. As pesquisas são feitas em parceria com a empresa Treviolo Café”, afirma Fernando Nakayama, pesquisador da APTA.
Além do suporte aos produtores, a APTA e a Treviolo se uniram para desmistificar a ideia de que o café robusta tem baixa qualidade. “Fizemos na Agrishow blends com café robusta e arábica em diversas porcentagens. O público gostou. Percebemos que muita gente experimentou e depois voltou para tomar mais um cafezinho”, conta João Paulo Soares de Figueiredo, da Treviolo.
Demanda aquecida
Segundo Nakayama, é inquestionável o crescimento comercial do café robusta. Sua participação na produção mundial saltou de 18% na década de 60 para 40% nos dias atuais. Este tipo de café é ideal para a produção de café solúvel, considerado a porta de entrada para o universo do café em países que tradicionalmente consomem chá. “O consumo de café solúvel cresce 10% ao ano em países emergentes como China e Indonésia, sem mencionar os produtores, como México, que são grandes consumidores de solúvel. Além disso, é maciçamente utilizado nos blends com o café arábica, em cafés populares, gourmets e expressos”, explica.
Por Fernanda Domiciano
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