No sábado, 3 de julho, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Itamar Borges, assinou uma resolução para o setor da heveicultura. A resolução busca a sanidade das mudas de seringueira, independente do processo de cultivo, e foi construída a partir de demandas do setor produtivo, de estudos envolvendo técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), pesquisadores e representantes do setor. O ato de assinatura foi realizado no Recinto de Exposições “Alberto Bertelli Lucatto”, em São José do Rio Preto, que é conhecida como a capital da borracha.
De acordo com o secretário de Agricultura de São Paulo, as exigências para os produtores estão impedindo o desenvolvimento, sendo que o estado foi o único a proibir a produção de muda no chão, algo que nem mesmo o Ministério da Agricultura proíbe.
“O Estado chegou a produzir 15 milhões de mudas de seringueira por ano e hoje produz menos de 200 mil. Com a nova resolução vamos recuperar esse potencial com a garantia da sanidade das mudas no processo de produção e completamente adequados às normas do Ministério da Agricultura”, disse Itamar Borges.
O prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo, esteve no ato de assinatura e salientou a importância da resolução para a cadeia produtiva do setor e para o agricultor.
“Esta resolução é fundamental para defender a agricultura, pois permite ampliar a produção de seringueiras com responsabilidade, demonstrando que o produtor é responsável e cuida do agro paulista”, falou o prefeito.
O secretário executivo da Agricultura, Francisco Matturro, o presidente da Apabor, Fábio Magrini, o secretário de agricultura de São José do Rio Preto, Pedro Pezzuto, o presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Preto e diretor da Faesp, Sérgio Expressão, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto, Kelvin Kaiser, e o Coordenador da Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Luís Bianco, também participaram do ato.
Segundo Fábio Magrini, a nova resolução é uma demanda que atende a reivindicação dos produtores e ajuda a aquecer o mercado interno da borracha:
“Precisamos plantar. O setor produtivo não quer correr o risco de ficar na mão com a borracha estrangeira. As empresas nacionais querem e precisam da borracha produzida aqui”, disse o presidente da Apabor.
Os prefeitos Bady Bassitt, Mirassol, Guapiaçu, José Bonifácio, Neves Paulista, Palestina, Tanabi, Zacarias, Cosmorama, Urupês, Novo Horizonte, Riolândia e Ubarana estiveram presentes, assim como os vereadores das Câmaras municipais da região.
A nova resolução para o setor da heveicultura assinada será publicada no Diário Oficial do Estado na próxima terça-feira, dia 6.
Heveicultura paulista
O Estado de São Paulo é o maior produtor nacional de borracha natural e responde por 68,2% do volume total produzido no País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2020, a borracha ocupou a 19ª colocação no ranking do Valor da Produção Agropecuária do Estado, com valor superior a R$ 639 milhões, conforme levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA).
São Paulo é o único estado da federação que reúne todos os elos da cadeia produtiva: produtores, beneficiadoras e pneumáticas. Toda essa estrutura estava pressionada em função de uma alternativa que obrigava os produtores paulistas a adquirir mudas cultivadas em viveiros elevados, situação que agora muda com a nova resolução.