Batatas-doces coloridas, mais produtivas e com características que agradam produtores rurais e consumidores. Este é o objetivo de uma pesquisa científica desenvolvida pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em Presidente Prudente, principal região de cultivares do tubérculo em São Paulo. O Estado é o segundo maior produtor nacional do produto.
Os resultados iniciais do trabalho serão divulgados durante o II Simpósio da Batata-doce pela pesquisadora da APTA, Amarílis Beraldo Rós, em 13 de junho de 2019, em Presidente Prudente. O Simpósio faz parte da programação da 2ª Batatec – Feira Tecnológica da Batata-doce, que acontecerá de 14 a 16 de junho, e que conta com apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da APTA.
A pesquisa, que começou em 2016, conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Para a realização do trabalho, a pesquisadora plantou campos de batata-doce com as cultivares Uruguaiana e Londrina, materiais mais utilizados pelos produtores da região, e deixou a natureza agir. Foram geradas mais de duas mil sementes a partir de polinização natural e essas, depois de semeadas, originaram ramas que foram plantadas e permitiram a avaliação uma a uma de mais de 1.500 variedades diferentes de batata-doce.
“Identificamos entre todos esses materiais os 80 que achamos mais promissores, com características relacionadas à alta produtividade, coloração de polpa e aspecto da casca. Identificamos cultivares de polpa branca e amarela, que são as preferidas dos produtores, mas também bicolores e laranjas, com altos índices de betacaroteno. Acreditamos que alguns desses materiais possam ser interessantes para nichos de mercado”, explica Amarilis.
A expectativa é que, em três anos, a APTA apresente ao setor produtivo novos materiais a partir deste trabalho. “Precisamos ainda fazer diversos testes no campo, além da avaliação das características relacionadas ao sabor e textura, porém, já identificamos plantas que produzem 64 toneladas por hectare, enquanto as cultivares mais plantadas pelos produtores alcançam até 30 toneladas por hectare”, afirma pesquisadora.
2ª Batatec
A cidade de Presidente Prudente receberá de 14 a 16 de junho a 2ª Batatec – Feira Tecnológica da Batata-Doce. O evento visa apresentar tecnologias, tendências de mercado e perspectivas futuras da cadeia produtiva, além de contar com estrutura gastronômica e pratos preparados a partir de batata-doce, contribuindo para a consolidação do consumo. São esperados mais de 20 mil visitantes no evento. A entrada é franca.
A Feira é promovida pela Prefeitura de Presidente Prudente, com apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Polo Regional da Apta em Presidente Prudente, da Associação dos Produtores de Batata Doce de Presidente Prudente e Região (Aprobarpp), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Centro Paula Souza.
De acordo com Ricardo Firetti, pesquisador e diretor do Polo Regional da APTA em Presidente Prudente, o evento e as pesquisas desenvolvidas buscam apoiar os produtores e resgatar a importância da batata-doce da região de Presidente Prudente, responsável por 35% da produção paulista.
Em 2011, segundo o pesquisador, a produção de batata-doce estava em declínio na região, por conta de problemas com viroses. Muitos produtores enfrentavam redução da produtividade e da qualidade das lavouras, ou seja, a produção regional despencou. A APTA realizou um trabalho de limpeza das ramas de batata-doce e começou a disponibilizar para os produtores materiais com alta qualidade fitossanitária. "Com isso, o jogo virou. A partir de análises que temos feito com informações do Instituto de Economia Agrícola (IEA), é possível notar que apenas com a recuperação da produtividade, a região aumentou em R$ 30 milhões a arrecadação com a cultura nos últimos cinco anos. A Batatec ajuda a consolidar a importância econômica dessa hortaliça para esta região do Estado”, afirma Firetti.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
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